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Arquivos Incríveis: Álbum de arte e literatura da revista "O Malho"
Por João Antonio Buhrer
10/04/2011

A revista O Malho era uma publicação sobre literatura, artes e humor (caricatura), muito famosa e popular nas primeiras décadas do século 20. Criada pelo jornalista Crispim do Amaral em 1902, foi uma espécie de continuação da Revista Ilustrada, fundada por Angelo Agostini algumas décadas antes, pois possuía a mesma linha editorial corrosiva com o sistema e a sociedade. Era uma revista especializada em criticas e caricaturas aos políticos de então, e não por acaso foi a última publicação onde Agostini publicou suas caricaturas e charges, pois faleceria em 1910. Serviu também de inspiração para a criação do jornal "O Pasquim", nos anos 60, por Ziraldo e Jaguar. A linha editorial do Malho, entretanto era um tanto flexível, em algumas fases a revista era mais voltada para o humor e caricatura e noutras era mais cultural. Sem falar que era também uma revista que cobria a movimentação da sociedade, registrando o que ocorria nas cidades e na politica. Pois o Malho tinha uma "irmã", a revista "Moda e Bordado", que como o nome já diz, era uma revista direcionada a criação de roupas, moda e o universo feminino. Muito pouco cultural, no sentido literário. Ambas pertenciam ao grupo Pimenta de Melo, que publicava também as revistas "O Tico-Tico" e "Ilustração Brasileira". Pois ali pelo metade dos anos 1930, vinham soltas no meio destas publicações, como brinde, algumas páginas que, colecionadas, formariam o álbum "Arte e Literatura". Estas folhas soltas, impressas em papel couchê, eram então furadas e  grampeadas numa espécie de pasta, que lhe fazia o papel de capa. Nas mesmas revistas vinham cupons para os leitores concorrerem a brindes, como máquinas de escrever e relógios de parede. Os colaboradores deste álbum foram os mais expressivos da época, representantes de várias tendências literárias como Goulart de Andrade, Théo Filho, Dom Aquino Corrêa, Martins Fontes, entre outros. Já entre os ilustradores estava a nata da época, como J.Carlos, Cortêz (não confundir com Jayme Cortez), Fragusto, Paulo Amaral e até o consagrado pintor Di Cavalcanti. Sem dúvida, o Malho foi uma das publicações mais importantes que o Brasil já teve e este seu raríssimo álbum, uma pequena jóia com o qual presenteou seu público.

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