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Por Paulo S. Campos 30/03/2011 Criado e interpretado por Wilson Vianna num programa da televisão Tupi, o Capitão Aza foi um herói de carne e osso. Wilson Viana já interpretara o Capitão Atlas, outro herói brasileiro criado para a televisão por Péricles Amaral. Esse herói também ganhou sua revista em quadrinhos. Em 1965, o programa infantil de maior sucesso da televisão brasileira era o Capitão Furacão, exibido pela TV Globo, antes de se tornar essa potência onipresente. O Capitão Furacão era interpretado por Pietro Mário Francesco Bongiancchini. O Capitão Aza foi criado na intenção de “derrubar” o Capitão Furacão. E conseguiu! Exibido de 1966 a 1979, foi o programa infantil que mais sucesso alcançou, em todos os tempos. Wilson Viana abandonou o programa porque ficou 10 meses sem receber salário. Dessa forma, não tem herói que suporte! Como era o período militar, enquanto o Capitão Furacão homenageava a marinha, o Capitão Aza, por sua vez, homenageava a aeronáutica. E antes que alguns pensem se tratar de erro de português, o Capitão Aza é mesmo grafado com Z, pois trata-se de uma homenagem ao Capitão Adalberto Azambuja, um veterano da FAB que lutou e morreu na 2ª Guerra. O Capitão Aza, a princípio, usava um capacete com duas asas desenhadas. Tal fantasia o deixou famoso. Depois de algum tempo, o Aza passou a usar um boné e mostrar o rosto em algumas apresentações ao vivo e nas chamadas. O personagem também ostentava o título de "Comandante Chefe das Forças Armadas Infantis". Seu programa revelou a apresentadora infantil Martinha, sua assistente de palco. Apresentou também, pela primeira vez no Brasil, os seriados japoneses Ultraman, Spectreman, Robô Gigante, Vingadores do Espaço, e animes como Speed Racer e A Princesa e O Cavaleiro, além dos desenhos “inanimados” da Marvel Comics Group. Wilson Vianna faleceu em 2003. As HQs do Capitão Aza circularam no gibi “O Cruzeiro Infantil” desde o número 7 (julho de 1973), indo até o término da revista. Os textos e os desenhos eram de Ari Moreira. Nas aventuras, o herói aviador se mostrava sempre um grande amigo das crianças. Sempre em cores, Aza vivia suas aventuras pelo país, pilotando seu avião, capturando malfeitores, e sendo "sinônimo de defensor da lei e da justiça, e grande amigo das crianças", segundo o texto da primeira HQ publicada. Na segunda fase da revista “O Cruzeiro Infantil”, no nº 5, o Capitão Aza ganhou um reforço: seu uniforme e capacete são recobertos de uma mistura de liga molecular e urânio, que o tornou indestrutível! Essa fase, escrita e desenhada por Willy, aumenta a dose de ação e aventura do super-herói. As histórias anteriores seguiam mais no ritmo dos primeiros heróis das tiras-diárias dos jornais. Além do Capitão Aza, a nova fase da revista “O Cruzeiro Infantil” trouxe Apolino, defensor da terra em aventuras espaciais, como um simpático robozinho no traçado infantil de Elmiro. Suas HQs antecipavam a luta pelo pacifismo e a ecologia. Trouxe ainda a participação do Gigante Astral, um ser que era quase um deus, e auxiliava no equilíbrio universal. Por derradeiro, a revista apresentou o Cavaleiro Escarlate. Esse personagem é uma criação de Bartolomeu Vaz, conhecido colecionador de quadrinhos que, pelo que consta, foi criador e desenhista dessa única série. Sem o elmo, o Cavaleiro usava uma máscara assumidamente parecida com a do Carrasco, criação de Edmundo Rodrigues. Sua HQ mostrou-se muito influenciada pelo Príncipe Valente, do clima capa & espada. “Bartô”, como assinava na época, também produziu uma HQ do Capitão Aza, a qual ele almejava publicar no "Almanaque do Capitão Aza", pela mesma editora Cruzeiro, antes dessa vir a falir. Bartolomeu Vaz, que só veio reaparecer e revelar ser desenhista quase 25 anos após a publicação do Cavaleiro Escarlate, também teria tentado publicar a HQ do Capitão Aza na Bloch, sem sucesso. Com o fim da editora a HQ do Capitão Aza produzida por Bartolomeu permanece inédita até os dias de hoje. |
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