Amigos da rede Bigorna, diretamente do paradisíaco e loiríssimo estado de Santa Catarina, quem chega até nós esta semana é o cartunista Aldo Maes. O sujeito é um dos nomes mais conceituados do ramo em seu Estado, onde publica as próprias custas há dez anos o gibi CARTUM, todo em cores e repleto de HQs e tiras de um humor bem popular, sem frescuras e, sobretudo, muito engraçado. Graças a Deus, piadas cabeça e deprês passam longe do seu trabalho! Seu gibi é cheio de anunciantes, o que prova que além de tudo, o galego é bom de marketing e empreendedor pra chuchu. E a lista de influências do cidadão mostra de onde vem tanta vitalidade e bom-humor: Crumb, Margerin, Jano, ou seja, uma forte queda para o underground sujo e debochado. Na ala nacional, Aldo vai da Santíssima Trindade dos anos 80: Angeli, Laerte e o saudoso Glauco. Além da grata surpresa de ter se lembrado da cartunista Dadi, que lançou a mini-série em duas edições Bichos do Mato, pela Ópera Graphica, e depois... sumiu!!! Onde está Dadi?!? Atenção, todos, parem de procurar o Wally e procurem a Dadi!!!Bigorna também é utilidade pública!

Os Dez Melhores Quadrinhos de Todos os Tempos
Por Aldo Maes

1 - O Edifício - Will Eisner
Considero Will Eisner um gênio dos quadrinhos pela facilidade de transmitir complexas mensagens em traços limpos e perfeitos! Também me chama muito a atenção sua habilidade em confundir harmonicamente nos seus roteiros comédias urbanas, dramas e vivências sobrenaturais.

2 - América - Robert Crumb
Com seu traço inconfundível, Robert Crumb ironiza de forma sarcástica e bem humorada o  comportamento norte americano, expondo com “sobriedade” aquilo que a mídia se esforça tanto para ocultar.

3 - Lulu Smack - Frank Margerin
Gosto da forma como o Frank Margerin desenha os quadrinhos preenchendo todos os cantinhos com situações cômicas. Além disso, adoro seus  roteiros narrando situações cotidianas com desfechos hilariantes e imprevisíveis.

4 - Wallaye - Jano
Wallaye é uma graphic novel com personagens do tipo “cara de animais” protagonizando cenas de aventura e esbanjando malandragem. Jano tem um traço detalhista, sempre preocupado em captar a essência do local onde se ambienta a história.

5 - Chiclete com Banana - Angeli
Nos anos 80 eu aguardava ansiosamente o lançamento da revista Chiclete com Banana nas bancas. Pois eu adorava ver os conflitos da humanidade sendo abordados sob uma ótica irreverente e totalmente original que o Angeli utilizava.

6 - Piratas do Tietê - Laerte
Sou um grande fã do Laerte, por sua capacidade de transitar livremente por diversos estilos de desenho, e sempre mantendo sua marca pessoal. E pelo alto nível de suas publicações percebe-se que ele é um desenhista paciente e caprichoso.

7 – Geraldão - Glauco
Admiro a obra do Glauco, pois em todos os seus personagens existia um pouco de rebeldia e irreverência, porém com uma inocência quase infantil. Isso tudo acabava tornando seus quadrinhos sempre leves e agradáveis.

8 - Toda Mafalda - Quino
Quino acertou com a Mafalda: a inocência de uma menininha tirando conclusões engraçadas dos dramas tragicômicos da política internacional, sempre preocupada com a saúde do planeta. As páginas possuem um humor pediátrico inofensivo recheado de duplos sentidos que conscientizam.

9 - Bichos do Mato - Dadí
Essa bela Graphic Novel, lançada em duas partes pela Ópera Graphica, narra de uma forma bem humorada e com cenários bem trabalhados o encontro de diferentes sociedades de animais. Cada qual com a sua cultura, crenças e objetivos peculiares interferindo na vida comum umas das outras.

10 - Sangue de Bairro - Jaime Martin
Lançada no Brasil como uma edição especial da saudosa revista Animal, essa graphic novel conta a história de uma turma de adolescentes buscando emoções fortes e colhendo as consequências de sua própria rebeldia. Demonstrando como a juventude é vulnerável perante aos perigos de uma vida sem leis ou limites.