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Por Gian Danton 07/03/2011 Em 1963, a Marvel vivia o auge da criatividade. Personagens como Homem-aranha, Thor, Hulk e Quarteto Fantástico revolucionavam os quadrinhos de super-heróis. Foi nesse ano que surgiu um dos personagens mais políticos da editora: o Homem de ferro. Stan Lee queria fazer um personagem que fosse bilionário e inteligente, um ricaço (talvez em oposição ao pé-rapado Homem-aranha). Mas, como sempre acontecia com os personagens da Marvel, este precisava ter um ponto fraco, um pé de barro. O Demolidor, por exemplo, era cego. Que problema tornaria esse novo personagem frágil? "E se o nosso herói tivesse uma falha no coração? E se esse problema o obrigasse a usar um dispositivo metálico para se manter vivo? Ora, esse dispositivo poderia ser o elemento básico numa armadura capaz de lhe dar poderes, e, ao mesmo tempo, esconder sua identidade", pensou Stan Lee. O personagem surgiu em plena guerra do Vietnã e foi usado como propaganda patriótica. Assim, o herói é Tony Stark, um homem que fabrica armas para o exército norte-americano. Em um de suas visitas ao campo de batalha, ele é atingido por estilhaços de granadas e feito prisioneiro pelos vietcongs. O famigerado general comunista Wong Chu o obriga a construir uma arma para derrotar os exércitos da democracia, mas Stark usa o tempo para construir para si uma armadura capaz de mantê-lo vivo e derrotar as tropas comunistas. Essa história foi publicada na revista Tales of Suspense 39, mais como um teste para ver se o público curtia, pois a TS era uma revista só com histórias soltas de monstros e ficção científica (bem ao gosto da época), sem nenhum personagem fixo. Por sorte o público gostou do personagem e ele acabou virando o "dono" da revista, ocupando todas as capas e a história principal da publicação, expulsando os monstros para as histórias secundárias. A partir do número 59, de novembro de 1964, o Capitão América, que havia acabado de ser ressuscitado pela dupla Lee/Kirby, passou a dividir a revista com o Homem de Ferro, expulsando de vez as histórias de monstros para outra publicação. A partir dali ambos os personagens só cresceram, se consagrando como dois dos principais heróis da Marvel. O título durou até o número 99, de março de 1968, já no mês seguinte ambos os heróis estrearam em títulos próprios individuais, onde estão até hoje. Embora o uniforme do personagem tenha mudado muito desde aquela primeira aventura, alguns elementos se mantiveram inalterados: o problema de coração e o poder que se esvai quando a energia acaba, obrigando o herói a parar para recarregar... só o fator político que foi esquecido quando a guerra do Vietnã se tornou impopular entre os norte-americanos. Anos depois, escrevendo sobre o herói, Stan Lee fez um mea culpa: “Este conto foi escrito em 1963 e, nessa época, nós acreditávamos que o conflito naquela terra sofrida era uma simples questão de confronto entre o bem e o mal. De lá para cá, todos nós crescemos um pouco e, até hoje, estamos tentando nos livrar do trágico envolvimento com a Indochina”. |
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