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Por Milson Marins 24/02/2011 A Editora Júpiter II, de José Salles, é uma das editoras nacionais, em meio a parcerias com autores, publica os mais diversificados gêneros de quadrinhos do mercado nacional. Agrada a gregos e troianos. Recentemente a editora, recupera um gênero há muito esquecido, mas que teve adeptos dos fãs e não tão voltados para os quadrinhos, são as HQs com temas religiosos. Como citado no próprio editorial escrito por Salles, a editora Ebal (Editora Brasil America Ltda) foi a editora Brasileira que publicou esse tema, chamada de Série Sagrada, histórias de personagens religiosos (grande parte santos da igreja católica). E foram publicados a partir de 1951, mais 80 títulos em forma americana 21 x 29 cm. Seguindo os caminhos da Ebal, a editora Betânia publicou nos anos de 1970 os quadrinhos da The Pictures Bible for All Ages, Creations, que se dedicavam a contar a história da Bíblia em parte, numa edição em forma de bolso, com referencias bíblicas, diferente da Ebal que trazia temas voltados ao catolicismo. Com base nesta duas linhas de publicações do gênero de quadrinhos religiosos, José Salles trás novamente o tema à baila. Mas desta vez a abordagem não é personagens santos da igreja católica e nem os textos na integra da bíblia, mas, sim, textos bíblicos, repletos de conjecturas do livro da bíblia indicado no inicio da história. Além do detalhe de ser texto baseados no Novo Testamento. Nessa primeira edição de Histórias Sagradas # 1, que são duas HQs escritas pelo próprio editor, José Salles: O Homem Rico, baseado em Mateus 19, 16-22, Lucas 18, 18-23, Marcos 10, 17-22 e do romance de Taylor Caldwell e O Centurião Romano, baseado em Mateus 8, 5-15 e Lucas 7, 1-10. Ambas as histórias, são bem conjecturadas, de forma que não distorcem nem um pouco a texto e dá encontro com os fatos retratados na bíblia. Como não é simplesmente o texto bíblico, não menosprezando o texto bíblico, o leitor não sabe o andamento da história apenas olhando para as páginas ou sabendo do texto bíblico referenciado. Tornou-se uma ótima suposição do que teria acontecido naquela momento histórico. Ainda mais, por José Salles recrutou um dos mais respeitados desenhista do quadrinho nacional, José Menezes. José Menezes tem um traço rápido e até um pouco disforme, mas bem definido. Experiência que ele, nos tempos áureos dos quadrinhos nacionais, adquiriu desenhando o Fantasma, Jim das Selvas e Flecha Ligeira. Bons cenários. Boas composições de cena, apesar de que em alguns poucos momentos sofre de desproporções, mas não afetam o resultado das histórias. Mas o que ainda é mais importante é a sinceridade da obra, que tem o sentimento do escrito, José Salles, que teve uma experiência com o criador e passa para o leitor o sentimento de sua mudança e conversão, citada por ele mesmo no editorial, tornando a obra ainda mais sincera. É muito importante que o autor quando produz sua obra viva ela intensamente, porque só assim o resultados é como esse. Uma edição diferente de tudo que você já leu em quadrinhos. Sinto só pela capa, que poderia ser algo mais caprichado e mais envolvente. Bem como o logotipo “Histórias Sagradas”. Mas com esses ajustes, e mesmo sem eles, a editora Júpiter II está de parabéns e espero que venham logo os novos títulos desta série/coleção.
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