|
Por João Antonio Buhrer de Almeida 21/02/2011 A revista "Vamos Ler" fazia muito sucesso nos anos de 1930 e 1940. Era uma publicação semanal da editora A Noite S/A, do Rio de Janeiro. Começou como regional, apenas no Rio , mas por volta de 1935, passou a ter circulação nacional, saindo às quintas-feiras e sobrevivendo até cerca de 1946. Era uma revista para toda a família, trazendo artigos de interesse doméstico e cultura em geral. Foi também uma das pioneiras em publicação de artigos de cunho científico, sempre escritos em linguagem simplificada e acessível. Teve colaboradores como Jorge Amado, Olavo Bilac, Graça Couto, Clarice Linspector e Fernando Sabino, entre outros. Seu editor,a partir de 1942, era Raimundo de Magalhães. Teve grandes ilustradores em seu cast, como Orlando Mattos, seu principal capista e Carlos Thiré. Este último é o tema deste Arquivos. Carlos Thiré foi um dos grandes quadrinhistas de sua época, tendo sido casado com a atriz Tonia Carreiro e pai do ator global Cecil Thiré. Este, por sua vez, batizou o próprio filho, o também ator global Carlos Thiré, com o nome do pai, numa evidente homenagem. Pois bem, voltando ao Carlos Thiré quadrinhista, este foi um artista muito produtivo, que criou uma série famosa em sua época, "Três Legionários de Sorte", muito influenciado por "Tintin" de Hergé. Thiré ilustrava muitas matérias da "Vamos Ler" e também criou para a revista uma série chamada "Aí, Mocinho!", que saiu em vários capítulos, no início dos anos 40. Há muitos anos atrás eu atendi a um pedido do fanzineiro gaúcho Oscar Kern, já falecido (e aqui fica a homenagem a esta grande figura), que editava o famoso fanzine Historieta e queria publicar essa série "Aí, Mocinho!" completa no fanzine. E fui procurar nos meus arquivos os capítulos que eu tinha dessa série. Acabei localizando apenas as 14 páginas iniciais, porém, por sorte, o Kern localizou as outras páginas faltantes e publicou a história completa no "Historieta". Republico aqui a aventura completa, retirada das paginas do Historieta em 1992. A idéia de Kern era republicar todas as HQs de Thire em sua valente Historieta, porém o destino interrompeu o projeto (e a vida) de Kern. Fica aqui o convite para que outros editores terminem essa tarefa. De quebra reproduzo também algumas páginas da publicação original na "Vamos Ler", onde a HQ era impressa em azul, diferentemente do restante da revista, que era em preto e branco, com exceção das capas, sempre lindamente coloridas. Uma curiosidade é que anos depois, em 1949, a editora Ebal batizou uma publicação sua de "Aí, Mocinho!", um gibi de faroeste que fez muito sucesso e durou várias décadas. Teria sido uma homenagem a HQ de Thire? Veja aqui a galeria de imagens. |
Quem Somos |
Publicidade |
Fale Conosco
|