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Por Dark Marcos 15/02/2011 Os filmes de monstros alienígenas eram muito populares nos anos 50, e serviam de recado ao comunismo. Há uma invasão em solo americano? São os comunistas! Cuidado! Mas era feio falar tão abertamente assim. Comunistas eram seres humanos, afinal (apesar de se pregar que comiam criancinhas). Então é só usar alienígenas que o público vai entender... É claro que produções cinematográficas de ficção científica que abordavam esse tema não tinham lá tanto dinheiro para se investir em efeitos especiais. E dá-lhe alienígenas com roupas de borracha ou de papel alumínio. O que a criatividade mandar para se criar um extraterrestre, estava valendo. Algo muito parecido com a linha seguida nos quadrinhos da Era de Prata. Uma das saídas criativas para se mostrar alienígenas eram as trucagens onde imagens sobrepostas davam a impressão de tamanhos desproporcionais entre as cenas. Em resumo, era possível se fazer uma “montagem” onde um homem parecia pequenininho diante de uma formiga ampliada pelas lentes e colocada ao fundo, dando a impressão de ser enorme. E dá-lhe formiga gigante, aranha gigante, abelha gigante, pássaro gigante, pulga gigante... Os quadrinhos não tinham esse problema de investimento, afinal bastava o autor ser criativo o bastante para criar o monstro alienígena mais bizarro possível. E, claro, algo que lembrasse os coitados dos comunistas. Mas os filmes de bichos gigantes eram tão populares que os quadrinhos vez ou outra se rendiam a esse subgênero. E são os filmes de insetos gigantes os responsáveis por essa chamada de capa da revista do Superman, em 1957. O bicho era tão astro da época quem nem mesmo parece oferecer ameaça ao herói que, obviamente, daria conta do recado. A idéia aqui seria uma espécie de encontro entre os quadrinhos e os filmes. Tudo se origina em uma nova máquina que é capaz de aumentar o tamanho de qualquer coisa, criada pelo arquivilão Lex Luthor. Inicialmente ele aumenta o tamanho de objetos banais como um soldadinho de brinquedo batendo em um bumbo e um pião, brinquedos gigantes que dão certo trabalho ao herói. Chega até mesmo a aumentar o tamanho de um grãozinho de kriptonita como trunfo contra seu inimigo. Mas o ápice dos planos de Luthor (e da história) é aumentar o tamanho de uma formiga. Sua carapaça gigante é invulnerável o suficiente contra tiros e Superman consegue resolver a situação criando uma espécie de teia com cabos de aço. Solução mais simples do que o desafio prometia. O encontro entre um bicho gigante e o Superman poderia ser somente isso mesmo. Porém, na Era de Prata, os autores inseriam detalhes que iam muito além do simples. No decorrer dessa aventura, por exemplo, há um disco voador misterioso que desperta inúmeras reações, desde ser o responsável pelo aumento de tamanho das coisas como estar preparando uma frota invasora e até mesmo julgar quem é digno de ser o imperador da Terra. No final, o disco elege o Superman como o mais digno habitante do planeta, o que enfurece Luthor e, de certa forma, desmascara seus planos. Como se isso já não fosse bizarro o suficiente, quem surge do disco voador é ninguém menos que o próprio Superman... que controlava um robô de si mesmo para enfrentar as ameaças gigantes e, ao mesmo tempo, mantinha-se distante do cisco gigante de kriptonita de Luthor. Como podem notar, a criatividade na Era de Prata não tinha tamanho! |
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