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Por E. Figueiredo 14/02/2011 Eu fui um grande "gibizeiro", termo que era extremamente ofensivo e pejorativo na minha infância e juventude! Capitão Marvel e sua família foram uns dos meus personagens favoritos. Em meio aos heróis Zás-Trás (Steel Sterling), Príncipe Íbis, Capitão Comando e Os Meninos Soldados, Príncipe Submarino, Miss América, Radar, Escudo & Bob, O Cometa, Escarlate & Pink, Nyoka, Capitão Meia-Noite, Sheena, Joel Ciclone, Ás de Espadas, Capitão América, Homem Bala, Dora, Tocha Humana & Centelha, e outros tantos, Capitão Marvel tornou-se o mais marcante e inesquecível! Qual "gibizeiro" esqueceria a saga do Capitão Marvel?!? Ele sabe de cor e salteado que um garoto, chamado Billy Batson, órfão, locutor da emissora de rádio WHIZ, certa noite encontrou uma misteriosa figura enchapelada, rosto encoberto, que pede para acompanhá-la. Chegam a um túnel, que parece de uma ferrovia abandonada (coisa meio estranha....). Durante o percurso, se vê nas paredes sete imagens com aspectos bizarros, encimadas pela frase "Os sete inimigos mortais do homem". Abaixo de cada figura os nomes que os identificam: Orgulho, Inveja, Cobiça, Ódio, Egoísmo, Preguiça e Injustiça. No final do túnel se vê um ambiente místico, todo iluminado por tochas, donde se vê, ao centro, sentado num trono de pedra tosca, um velho, calvo, de longas barbas brancas, com aparência de sábio do antigo Egito. Trata-se do velho mago Shazam, que estando próximo de sua morte, atribui a Billy Batson sua herança, tornando-o legatário dos poderes de seis deuses da mitologia, cujos nomes formam um acróstico com o nome SHAZAM: S – Salomão – Sabedoria H – Hércules – Força A – Atlas – Resistência Z – Zeus – Poder A – Aquiles – Coragem M – Mercúrio - Velocidade A partir daquele dia, todas as vezes que Billy pronuncia a palavra mágica SHAZAM se transforma no Capitão Marvel, o mais poderoso dos mortais ! Alguns aficionados dos quadrinhos criticavam o Capitão Marvel, por ele ter uma cara de boboca e suas histórias serem simplórias, carregadas com uma forte dose de ingenuidade e bom-humor. Apesar disso ter um fundo de verdade, suas histórias eram bem agradáveis, divertidas e criativas. Todavia, e isso ninguém pode negar, nenhum super-herói teve um arquiinimigo melhor: O Dr. Silvana! Um cientista risonho, maquiavélico, voltado somente para o mal, retratando a tão decantada e famosa figura do cientista louco. Dr. Silvana é antológico e entrou para cultura pop, tornando-se um dos vilões mais populares de todos os tempos!!! E não é exagero nenhum dizer que parte do sucesso do Capitão Marvel deve-se ao Dr. Silvana! Com o tempo veio a Família Marvel, e, infalivelmente a Família Silvana! Não obstante, se o Capitão Marvel proporcionou-me grandes alegrias, foi, também, responsável pela minha maior decepção nas Histórias em Quadrinhos: uma de suas histórias, apresentada em capítulos em varias edições, na qual o Capitão Marvel lutava contra o Sr. Cérebro (uma taturana de óculos e, no pescoço (!) um alto-falante dependurado para se comunicar verbalmente com os humanos), não teve o final publicado no Brasil! Eu nunca soube o desfecho dessa história! Vez por outra eu me transporto, em pensamento, para aqueles anos que foram a Era de Ouro das Histórias em Quadrinhos (décadas de 30 a 50). Viajo pelo túnel do tempo, e me vejo trocando bolinhas de gude por gibis enquanto minha mãe, me xingando de "gibizeiro", pergunta porque não estou estudando ao invés de ler gibis. Saudades! E. Figueiredo é como assina o paulista Espedicto Figueiredo Rillo, jornalista, escritor, fanzineiro inveterado, colecionador incorrigível de gibis da Era de Ouro e autor do livro Crônicas Natalinas. Contatos com o autor: efig2005@gmail.com |
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