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Os Dez Melhores Quadrinhos para Arthur Garcia
Por Marcio Baraldi
25/01/2011

Ahhhh, as coisas andam um sossego aqui na redação do Bigorna. Desde que eu consertei a fechadura da porta e colei nela, do lado de fora, um cartaz escrito "NÃO ENCOSTE NA PORTA OU SOFRERA UMA MALDIÇÃO E MORRERÁ EM CINCO MINUTOS!". Desde então ninguém mais bateu na dita cuja pra me incomodar. Mas, eis que de repente, ouço um barulho de roedor e começa a surgir um buraco no assoalho da casa!!! Será o Pernalonga cavando um de seus famosos buracos no chão?!?Que nada! Era o Arthur Garcia, um dos mais competentes e versáteis quadrinhistas do Brasil, famoso também por seus dentinhos tão poderosos quanto os da Mônica. Temeroso com o cartaz da porta, o danado resolveu cavar um buraco e entrar pelo chão, assim ele podia trazer sua lista dos seus dez gibis preferidos. E valeu a trabalheira, pois a lista e realmente digna de elogios trazendo praticamente Super-Heróis dos anos 60 e 70, de longe a época mais criativa e efervescente para este (atualmente finado) gênero. Aliás, isto me dá uma ideia, Arthur! Que tal criamos um novo super-herói, o poderoso Homem-Marmota, o roedor implacável?!?

Os Dez Melhores Quadrinhos de Todos os Tempos
Por Arthur Garcia

1 – Batman - conjunto da obra
A primeira revista que compraram para mim foi um Batman, da Ebal, em 1965, quando eu tinha apenas 2 anos de idade. Cresci assistindo na TV o seriado de cinema Batman and Robin, e posteriormente a série dos anos 60 com Adam West, enquanto o meu pai lia para mim aos domingos, as aventuras do Homem-Morcego nos quadrinhos. Isto me valeu uma paixão pelo personagem, que se estendeu para a seqüência escrita por Steve Englehart e desenhada pela dupla Marshall Rogers e Terry Austin, no fim dos anos 70, e para a série Dark Knight Returns, de Frank Miller.

2 - Homem de Ferro e Capitão América - editora Ebal, por vários autores
Quando a Ebal lançou a edição brasileira da revista Tales of Suspense com o pequeno título de Capitão Z no expediente, eu corri para o posto Shell mais próximo para conseguir o nº 0 daquela publicação. Primeiro fiquei assombrado com o personagem Homem de Ferro tanto no traço de Don Heck quanto no de Gene Colan, mas não demorou muito para que o Capitão América arrebatasse a minha atenção com a saga dos Hibernantes e principalmente a do Cubo Cósmico, até hoje a minha preferida. Passei incontáveis horas admirando a capa desenhada por Jack Kirby onde o Caveira aparece onipotente segurando o Cubo Cósmico enquanto raios varrem a cena. Tudo isto era acompanhado por mim também nos desenhos (des) animados que eram exibidos na Rede Bandeirantes.

3 - Quarteto Fantástico - Ebal, por Stan Lee e Jack Kirby
Descobri o Quarteto como história secundária na revista Super X da Ebal, mas até hoje a minha aventura predileta foi a publicada na revista Quarteto Fantástico nº 1, aonde os personagens vão até a lua, encontram a Área Azul e conhecem o Observador, enquanto enfrentam o Pensador Louco e seus super macacos. Roteiro de Stan Lee, lápis de Jack Kirby e arte-final de Steve Ditko. Não tem como ficar melhor!

4 – Homem-Aranha - Stan Lee e Steve Ditko
Eis que surge o Homem-Aranha! Diferente dos outros títulos, o personagem era um jovem cheio de problemas comuns (dinheiro, saúde, etc.), que eram realçados pelo traço de Steve Ditko, pouco convencional para uma revista de super-herói. E como se isso fosse pouco, o personagem é um nerd que cria seus próprios lançadores de teia e cinto de utilidades (Santo Batman!). É muito comentada pelos fãs a seqüência do Planejador Mestre (Doutor Octopus) onde o cabeça de teia reúne forças para levantar um maquinário enorme que o está soterrando, mas a aventura que sempre me pareceu melhor para retratá-lo é aquela em que o próprio Peter convence Jameson a utilizar um robô para caçá-lo, e acaba por se meter numa senhora enrascada.

5 – X-Men - Stan Lee e Jack Kirby
Conheci os X-Men pelas edições da GEP (Gráfica Editora Penteado), as suas poucas aparições em revistas da Ebal, e uma participação em um episódio do desenho de Namor, mas foi outro daqueles encontros que me levaram a uma paixão contínua. Tanto que The Uncanny X-Men nº 116 foi a primeira revista americana que comprei em uma banca na esquina das avenidas Ipiranga com São Luiz, no longínquo ano de 1978. A equipe havia mudado, mas o charme permanecia. O nº 137 com a morte da Fênix é provavelmente uma das minhas revistas preferidas, tanto que cheguei a ter múltiplos exemplares da mesma!

6 – Defensores - Steve Englehart e Sal Buscema
Quando a Bloch Editores começou a publicar a revista Defensores, ela se tornou rapidamente uma das indispensáveis para mim, fosse pelos roteiros de Steve Englehart com a sua prosa poética, fosse pela arte de Sal Buscema, então no seu auge artístico. Nunca consegui esquecer a figura do Hulk na primeira página do número 1 ou a histórica batalha contra os Vingadores. Assim que pude, comprei a edição americana Essential Defenders para lê-las no original!

7 – Spektro - por vários autores
Descobri a revista que é um marco nos quadrinhos de terror brasileiros no número 13, mas pouco a pouco comprei os números anteriores em sebos e bancas de revistas usadas. Mais do que qualquer outra, Spektro marcou como um produto bem elaborado, não só nos roteiros e desenhos, mas no editorial e seção de cartas que a aproximavam do leitor. A qualidade foi crescendo e as séries dentro dela se multiplicaram. Foi com pesar que vi a revista acabar.

8 – Skorpio - por vários autores
Foi como se um novo mundo tivesse se aberto para mim quando a Editora Vecchi iniciou aqui a publicação desta revista Argentina que tinha séries espetaculares tais como Distrito 56 e Alvar Mayor. Infelizmente não durou muito e deixou saudades, pois outra de minhas histórias preferidas foi publicada em um almanaque seu; era um episódio de Distrito 56 intitulado "Dizer Amigo".

9 - Astérix - Goscinny e Uderzo
Sempre gostei de Asterix, mas foi durante os 3 anos que morei em Portugal o período que mais tive contato com os quadrinhos Franco-Belgas. Pude então não só adquirir e ler todos os álbuns criados por Goscinny e Uderzo, mas também estudá-los a fundo, no roteiro, no desenho, na composição, na narrativa visual, etc. São em suma uma grande lição de como fazer quadrinhos!

10 - Watchmen - Alan Moore e Dave Gibbons
Li Watchmen conforme ele era publicado nos EUA, graças a empréstimos do meu grande amigo Wilson Costa de Souza, mas em seguida acabei por comprá-lo no formato Trade Paperback. Mais do que a sua visão "dark" de um mundo com super-heróis, que acabou por influenciar e até moldar todo o mercado americano, o que me impressiona nessa obra de Alan Moore é o seu projeto coeso e a sua narrativa precisa, apesar do volume enorme de informações visuais e de texto que a história possui.

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