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Por Gian Danton 17/01/2011 O início da década de 50 nos EUA foi marcado pelo surgimento da editora EC Comics. Contando com artistas do porte de All Williamson, Wallace Wood e Krigstein, essa editora publicou várias revistas que revolucionaram o terror e conquistaram a garotada. O sucesso dessas publicações se estendeu ao Brasil. Várias editoras pequenas publicavam e republicavam o material da EC, com sucesso. Entre 1952 e 1954, dez novas revistas de terror foram lançadas. A cada ano, uma nova editora entrava no mercado. Mas a fonte secou quando a EC Comics foi perseguida nos EUA e as revistas de terror proibidas por lá. Sem material inédito e com um público ávido por novas histórias do gênero, os editores foram obrigados a contratar artistas nacionais. Começava a chamada fase de ouro da HQ brasileira e aquela que ficou conhecida como Primeira geração de quadrinistas nacionais. Editoras como a La Selva (que chegava a vender 2 milhões de exemplares por mês) conseguiram grande êxito, mas ninguém se arriscava a lançar uma revista só de quadrinhos nacionais. A virada, que realmente marcaria a era de ouro dos quadrinhos nacionais, aconteceu em 1959, quando Jaime Cortez e Miguel Penteado lançaram a editora Continental. A proposta era publicar unicamente artistas nacionais, sem pseudônimos. As revistas da Continental vinham com uma tarja verde-amarela com os dizeres: “Escrita e desenhada totalmente no Brasil”. O interessante dessa fase é que boa parte dos seus principais artistas eram estrangeiros. Eugênio Colonese e Nico Rosso eram italianos, Rodolfo Zalla era argentino, Jayme Cortez, português. Todos imigrantes que trouxeram um padrão internacional de quadrinhos para o Brasil e logo se tornaram os artistas mais influentes e requisitados do mercado. Além dos quadrinhos do miolo das revistas, sempre em preto e branco, também produziam belas capas pintadas no guache e aquarela. Apesar das revistas serem impressas em papel jornal barato, a arte dos quadrinhistas era de alto nível gráfico! Um erro de um funcionário da Junta Comercial fez com que a editora fosse obrigada a mudar de nome. É que já existia uma outra empresa chamada Continental e, pior, em processo de falência e cheia de credores. Para se livrar dos cobradores, o jeito foi mudar o nome para Outubro (uma homenagem à revolução russa). Depois, até esse nome teve de ser alterado (porque Victor Civita, dono da Editora Abril, além do nome "abril" havia registrado todos os outros meses do ano), passando a se chamar editora Taika. Com isso, as revistas foram sendo canceladas, ou perdendo qualidade e muitos dos melhores artistas migraram para outras áreas, como a publicidade ou a ilustração de livros didáticos. Isso fez com que os novos quadrinistas tivessem pouco contato com a primeira geração e tivessem que começar tudo do zero. Isso certamente atrasou em muito a criação de uma linguagem nacional de quadrinhos. |
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