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Stephen, o Estranho – Parte 2
Por Dark Marcos
17/01/2011

Apesar de ser anunciado como um novo tipo de super-herói, as histórias do Doutor Estranho eram curtas e apresentadas como "tapa-buraco" da revista Strange Tales. Apesar do nome, tal revista, na época, tinha como estrela outro super-herói da Marvel, o Tocha Humana, integrante do Quarteto Fantástico, em histórias solo. Mas o clima sombrio de suas histórias (ajudado pelos traços bizarros de Ditko e pelo roteiros de Stan Lee) chamou a atenção dos leitores e fez com que o personagem voltasse alguns meses depois, agora em histórias mensais, porém, ainda secundário da revista que tinha como estrela o Tocha Humana.

Os embates com Mordo se tornaram constantes e, até mesmo nas suas formas espirituais, os inimigos trocavam socos intangíveis. Este era o lado super-herói das histórias. O lado em que o roteiro saía do lugar comum era a forma como o Barão Mordo era derrotado. Não era necessário exatamente um feitiço mais poderoso, mas astúcia, algo que o vilão pecava em não ter graças a sua ganância sem igual.

Apenas na quarta história do personagem, também a pedido de seus novos fãs, é que foi contada a origem do personagem. Stephen Strange (conhecido como Dr. Strange) era um arrogante, porém talentoso, cirurgião que visava o lucro acima de tudo. Quis o destino que ele sofresse um acidente automobilístico que, pasmem, destroçou suas mãos, impossibilitando-o de ter precisão para uma operação cirúrgica. Com sua arrogância mais ferida que suas mãos, Stephen se tornou um pária, até descobrir sobre um místico que vivia no oriente, conhecido como Ancião, que era capaz de feitos milagrosos. Tencionando resolver seu problema, encontrou o Ancião que estava mais interessado em ensinar-lhe as artes mística do que consertar suas mãos. Stephen, decepcionado, mandou tudo as favas.

Mas em sua breve estadia no templo do Ancião, o cirurgião foi testemunha de algo que sua mente cética não podia acreditar. Um ataque de forças místicas ao idoso mestre. E pior, tal ataque era planejado por ninguém menos que seu pupilo, conhecido como Mordo. Stephen, impedido misticamente de denunciar o vilão, viu com repulsa a ingenuidade do Ancião em treinar Mordo para seu sucessor. Como única forma de impedir tal injustiça, o cirurgião finalmente aceitou aprender as artes ocultas que, com o tempo, o tornariam um Mestre das Artes Místicas.

O personagem se tornaria tão obscuro quanto suas histórias, mas era sempre recorrente quando se dizia a palavra "magia" dentro do Universo de super-heróis Marvel. O trabalho do desenhista Ditko se tornaria tão clássico quanto o que fez com o Homem-Aranha. E o personagem perduraria por vários anos e publicações (próprias ou não), contrariando os mais incrédulos leitores – como um passe de mágica.

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