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Por Gian Danton e Francisco Ucha 11/01/2011 Antonino Homobono Balieiro, ou Homobono, como ficou mais conhecido, nasceu em 27 de abril de 1953, em Afuá, pequena cidade ao norte do Pará (conhecida como “Veneza Marajoara”), mas foi para Macapá aos 3 anos de idade. Autodidata, ele chamava a atenção de todos desde bem jovem por causa de sua grande habilidade artística quando fazia caricaturas e desenhos em vários estilos. Trabalhou como secretário na Escola Cândido Portinari até trocar Macapá por Belém (PA) e, logo em seguida, por Imperatriz (MA). Finalmente, em 1974, tomou a decisão de se mudar para o Rio e tentar se matricular na Escola de Belas Artes, pois seu sonho era ser quadrinhista. Obviamente, graças ao seu evidente talento, ele foi aprovado no curso mas, perdeu a inscrição porque nunca acreditou que passaria! Quando tomou coragem para ver o resultado, Antonino viu o seu nome na lista dos aprovados como desistente! Aí já era tarde demais! Mas Homobono não se deu por vencido e resolveu se meter no mercado com a cara e a coragem. Longe de ter medo do fracasso, o mestre do desenho era avesso a concursos e formalidades burocráticas. Afinal, por que fazer algum teste para estudar numa escola de Belas Artes? Isso era totalmente desnecessário, principalmente para quem tem talento! Deveria ser uma obrigação ter vaga. Era o que certamente passava pela cabeça dele. A Escola de Belas Artes perdeu um aluno absolutamente brilhante, mas o Brasil ganharia um quadrinhista de mão cheia, pois seu destino seria mesmo as histórias em quadrinhos! No final da década de 1970 ele começou a publicar seu trabalho pelas editoras cariocas. Chegou a participar da equipe que adaptou para os quadrinhos o Sítio do Pica-Pau Amarelo, pela editora RGE, de propriedade da Globo, que exibia o programa. Também começou a colaborar com a editora Vecchi, em especial nas revistas Spektro, Sobrenatural, Chet e Chacal, fazendo muitas HQs de Terror e Faroeste. O editor da Vecchi de então, Ota, lembra que ele era conhecido por ser um “pau para toda obra”. Desenhava rápido, em qualquer estilo, e sempre cumpria os prazos. Quando algum desenhista não entregava o material, era o Homobono que salvava os editores. Na sequência começou a trabalhar para a editora Bloch, onde seu traço se destacou na revista Capitão Mistério desenhando o vampiro Drácula, com grande elegância. Aliás, Antonino é considerado um dos melhores desenhistas de histórias do Príncipe das Trevas no Brasil. Entre outras ousadias criativas, ele chegou a produzir uma HQ pra lá de insólita: o incrível encontro de Drácula e Bruce Lee (!!!) na história "A Viagem do Demônio". Mas Homobono não se acomodava e logo depois ele começaria outro projeto: produzir as aventuras do boneco Falcon (Comandos em Ação) em quadrinhos para a editora Abril. O boneco era um verdadeiro fenômeno de vendas e popularidade na época e a Abril tratou de tentar emplacar o gibi com o personagem. O gibi infelizmente acabou não durando muito e hoje é uma verdadeira raridade nos sebos. Homobono era um artista incansável e eclético e além dos Quadrinhos ainda fazia diversos trabalhos free-lancers para estúdios de arte e agências de publicidade. Entre esses trabalhos destacam-se inúmeras capas de faroeste para livros de bolso e ilustrações para capas de VHS, entre elas National Kid, Pernalonga, Patolino, Freddy Krueger, Gasparzinho e Betty Boop. Antonino tinha uma característica interessante: ao assinar seus desenhos ele escolhia um de seus três nomes, isso fazia com que muitos leitores pensassem que eram três desenhistas diferentes. Mas Antonino, Homobono e Balieiro eram exatamente a mesma pessoa. Alguém que estava sempre pronto a ajudar os amigos e que não recusava trabalho. Aliás, sua profissão era o que o impulsionava e o inspirava. Antonino morreu no dia 07 de julho de 2001 de uma grave doença no coração, deixando um vasto acervo de trabalhos produzidos e um grande exemplo de profissionalismo e amor aos Quadrinhos. |
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