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Por Dark Marcos 13/12/2010 Quando se fala do nome de Curt Swan, automaticamente lembramos-nos do Super-Homem. Talvez nenhum outro desenhista (ou mesmo escritor) tenha deixado sua marca tão evidente no homem de aço como ele. Um talento nato, Swan começou a produzir ilustrações e quadrinhos quando servia o exército, em plena Segunda Guerra Mundial. Era muito comum artistas levantarem a moral da tropa com seus desenhos e lá estava ele abrilhantando seus companheiros. Essa experiência consolidou o que até então era um hobby e mostrou ao desenhista que podia, sim, se tornar um meio de sustento. Pouco tempo depois de retornar do front, Curt Swan, entre outros trabalhos, começou a ilustrar (principalmente artefinalizar) os personagens publicados pela DC Comics. Sem que soubesse o que o futuro lhe reservava, seu traço acabou aparecendo no então recém-criado Superboy, versão adolescente do personagem que lhe daria fama mais adiante. Mas, no início, Curt não era exatamente o astro do traço que se tornaria no futuro. Não pela sua arte em princípio de carreira, mas por um polêmico (já falamos dele) editor que insistia em cuidar de sua equipe de forma ditatorial: Mort Weisinger. O editor mandava e desmandava na arte de seus desenhistas de forma a podar qualquer tipo de releitura de seus personagens. Havia um padrão a ser seguindo, então deveria ser seguido a risca. Swan começou a ter fortes dores de cabeça e achou que seu trabalho nos quadrinhos, então estressante, poderia ser uma das causas. Ou era pelo fato de que sua produção se tornou eficiente acima da média (desenvolveu rapidez o suficiente para cuidar de mais de um título, o que era algo raro) ou pelo fato de sua insatisfação com o esquemão de Weisinger. O desenhista desiste da editora e leva sua arte para algo muito mais calmo: a publicidade. Porém, tudo tem seu preço. Trabalhar para publicidade voltada para brinquedos era algo muito mais calmo... e proporcionalmente menos rentável. Na DC Comics, Swan tinha uma estabilidade financeira que o fez planejar muito bem sua vida, como a compra de uma casa, por exemplo. Isso, multiplicado pela sua produção eficiente lhe dava certo conforto. Já na publicidade... menos trabalho significava renda menor. E isso começou a pesar. Não demorou muito e o desenhista, não muito satisfeito, bateu novamente na porta de Weisinger esperando se tornar mais capacho do que o de costume. Mas, para sua surpresa, foi tratado como um rei! O motivo? O editor percebeu que tinha uma galinha dos ovos de ouro nas mãos e que Swan era o novo padrão a se seguir. Seu Super-Homem era perfeito e era isso que o mercado exigia. Curt Swan desenhava dois ou mais títulos por mês, o que lhe dava uma excelente renda, deixava Weisinger feliz da vida e, principalmente, consolidou o seu Super-Homem como o modelo mais exato no qual o personagem já foi desenhado. A importância disso influenciou não só uma geração inteira de novos desenhista como até mesmo o cinema. O Super-Homem da década de 70, interpretado por Christopher Reeve, tem muitos detalhes que foram criados por Swan na Era de Prata. O desenhista também foi um dos poucos que foi fiel a editora quando a Marvel, sua principal concorrente, surgiu e arrebatou boa parte dos talentos da época. Foi uma espécie de desenhista completo até a década de 80, quando foi vítima de implosão de popularidade dos quadrinhos da época. Sua última história com o personagem, então, é considerada uma das melhores e mais completas já criadas para o super-herói. Intitulada “O Que Aconteceu ao Homem do Amanhã”, conta os últimos dias do Super-Homem, em uma história criada pelo escritor inglês Alan Moore, um dos representantes dessa implosão revolucionária. Logo em seguida, assim como a Era de Prata, a carreira de Curt Swan foi deixada para o passado. Apesar da importância de seu nome, terminou seus dias de forma humilde, em parte por não ter administrado a boa renda que ganhou anteriormente. Faleceu em 1996, com uma vida mais simples do que aparentava ter vivido. Mas a marca que deixou para a indústria dos quadrinhos (e do entretenimento de uma forma geral) é algo que não deixa a menor sombra de dúvida sobre a sua importância e sobre sua passagem por essa arte. |
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