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Por Dark Marcos 31/10/2010 Os Falcões Negros eram personagens peculiares dentro dos quadrinhos da época em que foram criados. Diferentes dos super-heróis uniformizados eram formados por aviadores experientes, cada um de uma nacionalidade e com características próprias (tanto em habilidades quanto em sua própria concepção visual) que remetiam mais as histórias de guerra do que as de personagens com super-poderes. Criados pela lenda dos quadrinhos, o desenhista Will Eisner, traziam aventuras calcadas na realidade, apesar do estilo caricato do autor ficar evidente nos exageros e tiques dos Falcões. Publicados pela editora Quality, fizeram sucesso o suficiente para, inclusive, ganharem uma série com atores de verdade (Kirk Alyn no papel do líder chamado de... Falcão Negro). Mas a editora não agüentou o baque das décadas e acabou sendo vendida para a DC Comics (então chamada de National Periodical), lar de Superman e Batman, em 1956, coincidindo com o início da Era de Prata. A DC já havia se resguardado dos ataques dos censores da época, aplicando mais elementos fantásticos e de ficção científica nas histórias de seus heróis, até mesmo naqueles em que esses elementos aparentemente não casavam bem. Com os Falcões nessa nova casa, essa regra foi mantida. Agora, os aviadores não enfrentavam apenas outras potências militares, mas também invasões alienígenas e até mesmo dimensionais. Outra mudança notável imposta pela DC foi a americanização do grupo, não mudando completamente a nacionalidade dos personagens, mas tornando-os menos exagerados e mais heróicos, no modo americano, é claro. Também adotou-se a regra de se criar uma “família” em volta do líder do grupo, de forma temática. Ou seja, assim como Superman tinha um “supercão” ou uma “supergirl” (Batman nessa mesma linha), surgem uma Lady Falcão e até mesmo mascotes como um falcão (óbvio) e... pasmem... um macaco! Inicialmente, a revista do Falcão Negro era dirigida pelo editor Jack Schiff, que também era responsável por cuidar das revistas do Batman na época. Isso acabou criando uma situação inusitada entre os personagens. Muitas das histórias de Batman, simplesmente eram replicadas nas histórias do Falcão, trocando-se apenas os heróis. Chegava-se ao cúmulo dos dois enfrentarem as mesmas ameaças, vilões semelhantes (iguais, na verdade) e escancarar isso até mesmo nas capas, que eram idênticas. Com a saída de Schiff, houve um período em que as histórias dos aviadores voltam a ter um tom mais realista, visando o clima para espionagem governamental. Mas novas mudanças, muito mais radicais, viriam meses depois e mostrariam o futuro do grupo. A situação começa a desandar de forma simbólica, quando os Falcões abandonam o clássico (e estiloso) uniforme negro e adotam um berrante uniforme vermelho e verde, reflexo dos uniformes de super-heróis. Mais que isso, o roteiro mostrava outros heróis (ou os editores) considerando-os ultrapassados, necessitando de renovação. Senão, caso contrário, perderiam até mesmo o apoio governamental. Isso levou a usarem uniformes berrantes (mais berrantes ainda), nomes de super-herói e até pseudo-super-poderes. Era o fim. E a revista dos Falcões Negros foi encerrada na edição 243, em novembro de 1968. Porém, os heróis são lembrados hoje e voltam vez ou outra. Não como super-heróis num mundo já infestado deles. Mas como verdadeiros aviadores, reais, que, apesar de terem sua temática com os pés no chão, ganham os céus em seus aviões especiais e sua imponência heróica. |
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