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João Antonio Buhrer de Almeida 29/09/2010 A revista Grilo foi uma publicação alternativa de quadrinhos que durou dois anos (1971 e 1972 ) e rendeu 48 edições. Começou como um tablóide semanal de 16 paginas e posteriormente mudou para o formato magazine virando quinzenal. Grilo foi responsável por introduzir no Brasil autores de vanguarda e undergrounds como Wolinski, Feiffer, Crepax e Richard Corben (que na época assinava com o pseudônimo de Gore), além de tiras americanas consagradas como Peanuts, Kid Farofa, Mago de Id, e muitas outras. Era época do Movimento Hippie e da Contracultura e a Grilo espelhava esse momento estético e político. Foi uma revista de vida curta mas muito influente e importante para aquele período. Seu único defeito é que ela publicou poucos autores brasileiros. Um deles foi o mineiro Sérgio Macedo, quadrinhista do underground brasileiro que depois foi pra Europa, trabalhar em grandes publicações de quadrinhos, como a Metal Hurlant (versão francesa da famosa Heavy Metal). Macedo foi um dos pioneiros autores brasileiros a fazer uma carreira internacional. Sua obra principal dessa época é a história "O Karma de Gaargot" que saiu em capítulos nas edições 38 a 46 da Grilo, e alguns anos depois foi toda reunida num álbum pela editora Massao Onno. O estilo do Macedo nesse início de carreira é bem rebuscado, chega até a atrapalhar a visão da gente, de tanta coisa que tem numa página. Tem ficção científica, esoterismo, hippismo, surrealismo, pontilhismo, enfim é uma estética e discurso cabeça característicos daqueles tempos de contracultura. Atualmente Macedo mora na ilha Moorea, no Tahiti, bem longe dos centros urbanos. De lá ele envia seus livros para editores do mundo todo. Um de seus últimos livros foi "Xingu!", lançado no Brasil pela Devir. Mostrarei aqui as primeiras páginas do Karma de Gaargot, para que os leitores vislumbrem o grande talento que Macedo exibia já naquela época de tenra e rebelde juventude. Para ver a galeria de imagens clique aqui.
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