Quem mandou sua lista dos dez quadrinhos e autores preferidos esta semana foi o cartunista carioca Alecrim. O figura provou que, além de ser bom de traço, também escolhe muitíssimo bem suas leituras e influências. Além de citar os quatro maiores cartunistas brasileiros de todos os tempos (Maurício, Ziraldo, Henfil e Laerte), foi o primeiro a reconhecer a importância (contra)cultural de Carlos Zéfiro, o guerrilheiro erótico invisível do Quadrinho Nacional! Também soube reconhecer a importância da Marvel nos anos 1970, quando a, hoje praticamente finada, editora funcionava como uma usina de forca cultural, gerando megatons e mais megatons de quadrinhos energéticos, emocionantes, extremamente criativos e até humanistas, perpetuando seus personagens e artistas talentosos pelo mundo todo. Enfim, o tipo de lista que realmente da gosto de ver! Parabéns, Alecrim! Como diria Mestre Stan Lee: "EXCELSIOR!".

Os Dez Melhores Quadrinhos de Todos os Tempos
Por Alecrim

1 - Marvel da década de 1970
Para mim, os quadrinhos da Marvel, na década de 70 ,auge criativo da editora, foram uma referência literária importante. Os clássicos heróis como Hulk, Homem-Aranha, Capitão América, Thor e todos os outros ocuparam o imaginário dos jovens, se estendendo para a televisão e o cinema. Os personagens e sagas dessa época possuem uma longevidade inquestionável!

2 - Will Eisner, conjunto da obra
Will Eisner revolucionou a linguagem dos quadrinhos! Seu personagem Spirit reúne as mais diferentes técnicas de narrativa dando assim grande contribuição para outras linguagens, como o cinema, por exemplo. A cena nova-iorquina está presente em todo seu trabalho, que acredito ser um dos mais ricos dos quadrinhos em todos os tempos.

3 - Carlos Zéfiro, conjunto da obra
Carlos Zéfiro, com seu quadrinho erótico, veio suprir a falta de publicações do gênero numa época em que o erotismo era proibido no Brasil, por conta da ditadura militar. Por isso, seu trabalho é inesquecível para os jovens daquela época. Destaco sua obra pela originalidade e por ser um dos pioneiros de publicações independentes no Brasil.

4 - Ziraldo, conjunto da obra
Ziraldo, pai de todos os cartunistas e quadrinistas brasileiros, com seu desenho elegante e inteligente, está entre os maiores do mundo! Seu clássico personagem Pererê, inspirado nas lendas brasileiras, se destaca dentro de sua vasta e maravilhosa obra.

5 – Tintim - Hergé
O garoto repórter aventureiro Tintim, do belga Hergé, deve estar em qualquer lista. Hergé, um dos precursores do estilo "linha clara", possuía um trabalho marcado por críticas sociais, sempre presentes nas histórias do mais famoso de seus personagens.

6 - Maurício de Sousa, conjunto da obra
Maurício de Sousa, nosso Walt Disney, dá grande contribuição aos quadrinhos brasileiros com seus personagens, ainda hoje atuais. Foi o autor mais importante para o fortalecimento da indústria dos Quadrinhos Brasileiros, desde quando se discutia politicamente seu espaço em nossa cultura.

7 – Laerte, Glauco e Angeli, conjunto da obra
Nossa eterna trindade Angeli, Glauco e Laerte, com seu quadrinho underground e moderno, estabeleceram uma linguagem que hoje ocupa lugar entre os clássicos do humor e da crítica social. Os Piratas do Tietê é uma mostra da riqueza estética e cultural do trabalho de Laerte, um dos  membros dessa genial trindade.

8 – Henfil, conjunto da obra
Graúna, Zeferino e Ubaldo são alguns dos muitos personagens que o genial Henfil deixou para a cultura brasileira. Dono de um humor popular e ágil, seu trabalho percorre desde a seca do Nordeste até o mais urbano dos cenários, como as fábricas e times de futebol.

9 – MAD, vários autores
A MAD, apesar de não ser uma revista propriamente de quadrinho, tem em suas paginas personagens que influenciaram toda uma geração de humoristas pelo humor agressivo, de grande expressão gráfica. Foi através da MAD que tive meu primeiro contato com o humor gráfico.

10 - Recruta Zero - Mort Walker
O inesquecível Recruta Zero, de Mort Walker, talvez tenha sido um dos mais populares personagens do meu tempo de criança. Em parte, pela imediata identificação com o tipo brasileiro, este incompatível com a rígida rotina militar, no seu mais amplo sentido.