A candidata que apresentou sua proposta de Dez melhores gibis desta semana é a roteirista e poetisa Anita Costa. Ela atualmente está bombando nas pesquisas de intenção de voto e com certeza ganhará no primeiro turno graças ao alto nível de sua lista de gibis. Enquanto a pífia oposição machista tenta atacar a candidata com dossiês fraudulentos, Anita e sua vice, Katita, metem os poderosos peitos e dão um show de rebolado e carisma, arrebatando cada vez mais eleitores, que gritam extasiados: "ANITA! ANITA! ANITA!". Viva Anita, a primeira mulher a participar desta seção e a ocupar o cargo de presidenta dos corações quadrinhistas do Brasil varonil! Palmas pra ela: Clap,Clap, Clap....
Os Dez Melhores Quadrinhos de Todos os Tempos
Por Anita Costa Prado
1 - Maus - Art Spiegelman
Quando li Maus, percebi o quanto uma publicação de HQ pode ser grandiosa e não apenas mero entretenimento! São quadrinhos feitos com o conhecimento histórico de uma página vergonhosa para a humanidade: o nazismo. A originalidade do autor, retratando judeus como ratos, alemães como gatos, americanos como cachorros e poloneses como porcos, mostra um trabalho baseado em fatos lamentavelmente reais. Leitura imperdível para quem gosta de quadrinhos com profundidade!
2 - Mulheres Alteradas - Maitena
Quer entender o sexo feminino? Então leia Mulheres Alteradas (todos os volumes). Maitena é uma artista argentina que se baseia no cotidiano e nas pessoas próximas, para fazer um trabalho de qualidade inquestionável. Sucesso absoluto, mostrando que mulheres não precisam ser heroínas para serem lidas e queridas.
3 - Persépolis - Marjani Satrapi
Os roteiros e desenhos de Marjani, colocam os leitores diante do regime islâmico iraniano pesando sobre todos, principalmente sobre as mulheres. Uma publicação premiada, adaptada para o cinema e recheada de informações sobre um sistema de vida diferente dos padrões liberais.
4 - Chico Bento - Maurício de Sousa
Um adorável caipira que acompanho de longa data. Genuinamente interiorano, me leva em suas páginas, para a tranqüilidade inexistente nos grandes centros urbanos. Ele é esperto, inteligente, tem bom coração e está sempre interessado em agradar sua amada Rosinha.
5 - Manual do Professor Pardal - Walt Disney
Eu adorava as invenções malucas do Professor Pardal e creio que várias crianças na época, desenvolveram habilidades, tentando imitar o personagem que sempre tinha por perto seu assistente, o minúsculo robô Lampadinha. No detalhe muito espirituoso desta capa, Lampadinha rega a logotipo da editora Abril: uma arvorezinha.
6 - Fantasma- Lee Falk
Tenho um pé atrás com super heróis uniformizados (mostrando o quanto nós, humanos, somos inconformados com nossa normalidade e limitações), mas na infância passava as férias escolares na casa da minha avó paterna e publicações do Fantasma eram leitura obrigatória para meu tio Benedito. Foi assim que acabei tendo contato com este herói de visual sombrio. E hoje, olhando o anel de caveira que eu trago no dedo, penso: será que foi influência do personagem?!?
7 - Garfield - Jim Davis
Quando vejo minha gata Pitucha esparramada no sofá, preguiçosa e com sua barriga imensa, deduzo: É meu Garfield, versão feminina! Jim Davis, foi extremamente feliz ao criar este gato folgado que adora lasanha e detesta as segundas feiras. E a editora L&PM alegrou os leitores brasileiros com consecutivas edições de bolso, repletas de tiras do personagem.
8 - Maria - A Maior das Subversões - Henrique Magalhães
Em 1984, lançar um álbum mostrando o amor declarado de duas personagens femininas, não era um fato comum. Não vivíamos na época das gigantescas paradas do Orgulho Gay e a homossexualidade feminina ainda era assunto velado. Criada em 1975, Maria não nasceu exatamente para mostrar o amor entre mulheres, mas, no decorrer do tempo, se apaixonou pela melhor amiga (Pombinha) e viveu nas tiras este amor, condenável para os arcaicos. Desejo de eleições diretas, inflação e dívida externa, também faziam parte da vida das personagens; temas comuns na época da publicação.
9 - Mestres do Terror - Rodolfo Zalla e outros
Confesso que o gênero Terror não me atraía muito, mas um dia comprei a edição 52 e foi possível conhecer os trabalhos de Rodolfo Zalla, Edgard Guimarães, Flavio Colin, entre outros mestres. Sendo assim, me rendi ao talento deles! Cada edição da revista, vinha repleta de ótimos roteiristas e desenhistas, além da seção de cartas “A Mala”, que propiciava um intercâmbio entre leitores, fanzineiros e afins.
10 - Zé Carioca - Walt Disney
Dizem que Walt Disney criou o Zé Carioca dentro do Copacabana Palace Hotel, em sua visita ao Rio de Janeiro nos anos 1940. Verdade ou não, o papagaio malandro que detesta levantar cedo, odeia trabalhar e vive fugindo dos credores, foi desenhado por vários artistas tanto brasileiros quanto estrangeiros. Mas, foi o gaúcho Renato Canini que, com seu traço e humor inconfundíveis, deu ao Zé um visual mais tropical, deixando-o mais carioca que nunca!