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Resenha: Tarzan: a origem do homem-macaco e outras histórias
Por Cadorno Teles
12/08/2010

Dos muitos personagens fictícios que saíram das pulps, a criação de Edgar Rice Burroughs, Tarzan of the apes (Tarzan dos macacos, 1912) é considerado uma das mais populares. A infinidade de romances, contos, filmes, séries de TV, desenhos animados, peças de teatro, novelas de rádio, tiras de jornais, revistas em quadrinhos, sem falar de produtos licenciados, como brinquedos, roupas, cadernos, material escolar, etc. deram ao destemido herói das selvas africanas um papel importante na cultura mundial.

A Devir Livraria traz numa edição caprichada as primeiras oito histórias da fase clássica de Tarzan pelo mestre Joe Kubert. Tarzan: a origem do homem-macaco e outras histórias (Tarzan: the Joe Kubert years, tradução de Marquito Maia, 208 páginas, R$ 49,00), mostra uma das raras colaborações entre personagem e artista, definidas pelo impressionante talento desse polonês radicado norte-americano e pela demonstração de seriedade e paixão que deu à criação de Burroughs. 

Reúne em primeira mão o período que Joe foi o total responsável pelas edições de Tarzan, abrangendo os números 207 a 214. Mais significativo que isso, são os quatro primeiros números, totalmente adaptadas do romance que apresentou o rei da selva ao mundo. A edição brasileira segue a original, publicada nos EUA pela Dark Horse, incluindo as cores de Tatjana Wood restauradas e uma introdução feita pelo escritor-ilustrador-letrista, além disso, há um histórico de Leandro Luigi Del Manto das publicações do personagem, de Hal Foster e Rex Mason aos recentes crossovers com Batman e Superman.

Conhecido anteriormente pelo seu trabalho com Sgt Rock, Kubert era perfeito para assumir o personagem por seu distinto estilo, capaz de capturar seqüências de ação visceral e a dinâmica forma humana. As edições foram publicadas em 1972, o arco de histórias desse volume compreende: The Origin of Tarzan of the Apes (edição 207), A Son's Vengeance (#208), A Mate for the Ape-Man (#209), Civilization (#210), Land of the Giants (#211), The Captive (#212), Balu of the Great Apes (#213) e The Nightmare (#214). Todas com um argumento e uma arte fluida e vibrante quem nem parece ter sido publicada há trinta anos, a coletânea é um item indispensável para os fãs dos eternos contos de aventura e da habilidade e intensidade incontestáveis do quadrinista.

O mundo de Tarzan é violento e implacável, e vemos isso em cada página virada, onde o cartunista reconta suas origens e sua ascensão ao poder como o senhor incontestado daquele domínio.  Kubert é fiel à ação e ao diálogo do texto original, e fazendo uma comparação com outro mestre da época, que adaptava Conan, o bárbaro, as descrições são bem mais detalhadas que aquela abreviada do texto de Robert E. Howard. Os desenhos são elaborados brilhantemente no cenário africano, o nu aparece em vários quadros, mas sempre com a discrição do movimento como estratégia de exposição implícita.

Ressaltamos Balu dos grandes macacos, a sétima história do álbum, um belo conto onde Tarzan encontra o seu lugar como líder daqueles selvagens primatas, após a proteção que dá a um balu (o bebê gorila). Histórias que parecem que não envelheceram um dia, reunidos numa edição que pode ser relida e saboreada por muitos e muitos anos. 200 páginas que vale o preço, esperamos os próximos  e surpreendentes lançamentos clássicos da Devir.

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