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O Fim da Infância
Por Dark Marcos
09/08/2010

Robin, o menino prodígio, parceiro mirim do Batman, entrou na Era de Prata da mesma forma que surgiu (na Era de Ouro). Ou seja, sem maiores mudanças visuais ou conceituais para o personagem.

De fato, a Era de Prata, apesar de ser um período de renovações radicais para vários personagens da DC Comics, parece não ter afetado seus dois maiores ícones, Superman e Batman. Robin, por ser o parceiro desse último, também se beneficiou dessa imunidade dentro da reformulação proposta.

No entanto, aquele que ficou famoso como sendo o “menino” prodígio iria passar por um período de amadurecimento, deixando de ser um mero infante que acompanhava um herói adulto e ainda traria todo um certo ar de rebeldia, típicos da fase juvenil.

Vale lembrar que uma das acusações contra os “efeitos maléficos dos quadrinhos nos jovens” que, indiretamente, levou ao início da Era de Prata, deve-se ao suposto envolvimento homossexual entre Batman e Robin. Houve, então, um cuidado redobrado em cuidar desse pitoresco aspecto de suas aventuras, motivo pelo qual a dupla se tornou mais independente. Isso e mais o fato de que Robin era uma espécie de alter-ego do próprio leitor (que tinha a idade aproximada do herói mirim), e levando-se em conta que a faixa etária do leitor médio aumentou, fez com que o personagem amadurecesse em uma proporção que acompanhasse os novos tempos.

Apesar de seguir Batman em uma fase, digamos, bizarra (cheia de monstros e ameaças alienígenas), Robin discretamente mostrava que também conseguia agir sozinho em pequenas histórias solo. Ainda não era um personagem forte para figurar uma revista própria (algo que levaria um bom tempo para acontecer), mas a fase mostrava que estava na hora do outrora garotinho sair de casa.

Essa evolução gradual culminaria com a saída do menino, digo, jovem-prodígio da casa de seu tutor para desvincular-se definitivamente da sombra do morcego. É claro que um bom garoto, criado para dar bons exemplos, também precisaria de um bom motivo para fazer isso e seu ingresso na faculdade caiu como uma luva. Vai que os jovens, seguindo o exemplo de seu herói, simplesmente saíssem de casa sem um bom motivo.

Como curiosidade, ainda arriscaram-se duas tentativas de mostrar Robin sem ser um menininho. A primeira, aproveitando que os heróis da Era de Ouro, do passado da editora DC Comics eram considerados heróis de outras Terras (a famigerada Terra Paralela), mostra que o Robin original, que surgiu em 1940, tornou-se adulto e continuou agindo mesmo após a morte de Batman. Mesmo assim, ainda usando o uniforme multicolorido que lhe deu fama.

A segunda tentativa de mostrar o amadurecimento forçado do personagem, segue meio que um caminho inverso. Mostra que Batman, antes de se tornar o conhecido herói, já combatia o crime fantasiado como Robin. Só se tornando o homem-morcego quando se tornasse adulto. Essa idéia foi abandonada pela cronologia atual.

O Robin original, de nome Dick Grayson, abandonaria de vez o uniforme e se tornaria outro herói, Asa Noturna, personagem mais sombrio, tanto quanto o que Batman se transformou nos anos 70. No entanto, outros Robins viriam com o tempo e também passariam por reformulações que remetiam a seu amadurecimento. Afinal, vale lembrar que para o leitor, ao qual Robin representava dentro das histórias, amadurecer até a vida adulta também era um período tão conturbado quanto combater o crime.

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