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Resenha: O testamento dos séculos, de Henri Lœvenbruck
Por Cadorno Teles
09/07/2010

Desde o início dos tempos, uma linhagem de beduínos é responsável por guardar a chave que decifrará o mais antigo e importante segredo da humanidade: a mensagem criptografada que Jesus Cristo deixou aos Homens. Vivendo no Deserto da Judéia, eles tinham a certeza de que se manteriam anônimos de tudo e de todos. Assim foi até o dia em que assassinos cruéis invadem o templo e dizimam um por um. Ao mesmo tempo, um experiente estudioso morre, em circunstâncias suspeitas, num vilarejo na França.

O livro O testamento dos séculos (Le testament des siècles, tradução de Karinna Jannini, Bertrand Brasil, 406 páginas, R$ 45,00) escrito pelo francês Henri Lœvenbruck, conhecido por seus romances de fantasia, é um suspense empolgante, no qual o estranho não está no mistério da mensagem de Cristo, mas na relação humana tão bem demonstrada nos personagens principais, Daniel Louvel e Sophie de Sain-Albe.

Instalado nos EUA deste a morte da mãe, Daniel teve que retornar à França após a súbita morte de seu pai. Ao chegar descobre que ele realizava uma investigação sobre um misterioso objeto – a pedra de Iorden, e que tudo indica foi a causa de sua morte. Auxiliado por Sophie, uma jornalista, Damien inicia uma corrida frenética, por bibliotecas oficiais e de sociedades secretas, pela França e Inglaterra. Perseguidos, ameaçados, o casal terá em suas mãos um dos maiores segredos da humanidade: a última mensagem deixada por Cristo. Fica a dúvida, será que irão revelá-lo e a que preço?

Num estilo bem agradável e simples, com uma linguagem clara e não viciada em formulas e expressões pesadas ou obsoletas, O testamento dos séculos, é um bom livro, mas foi publicado no Brasil com um pouco de atraso, e graças a isso pode não aparecer tão original aos olhos de muitos leitores.

A comparação com O Código Da Vinci é inevitável e necessária, mas notemos que o livro de Loevenbruck foi escrito antes daquele de Dan Brown. Mesmo com bastantes semelhanças, ambos reciclam os mesmos elementos e trilham um argumento em torno dos mesmos temas, mas há uma perspectiva mais ampla sobre a religião cristã. As diferenças estão mais nítidas ainda em relação aos personagens, melhores construídos, torturados por problemas pessoais.

Os diálogos, cheio de explicações sobre história, criptografia, história da arte ou geometria, não conseguem encontrar um tom certo para o ocultismo e além, o autor expressa claramente sua opinião sobre o cristianismo, em especial a Opus Dei. O autor é bastante direto perante o tema preconceito, algo que para um ponto de vista narrativo não está bem direcionado. Apesar disso, o livro se atreve a abordar o religioso de uma forma tão completa e sincera que poderá perturbar alguns leitores.

Bem amparado em pesquisas históricas, o livro é uma boa pedida para quem deseja ler um thriller intensamente perturbador.

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