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Por Gian Danton 17/06/2010 Al Williamson, um dos melhores desenhistas de quadrinhos de todos os tempos, morreu domingo, dia 13, aos 79 anos. Williamson nasceu em New York, no ano de 1931, mas logo sua família se mudou para a Colômbia, onde ele permaneceu até 1943. Durante a infância, Al lia, basicamente, revistas em quadrinhos mexicanas com material mexicano e argentino. O quadrinho argentino iria influenciá-lo por muito tempo. Mas a sua grande inspiração foi o desenhista americano Alex Raymond. Williamson, ainda criança, assistiu uma fita do seriado de Flash Gordon e ficou encantado. A partir de então tornou-se absolutamente fã das histórias de Raymond. Quando voltou para os EUA, o garoto já se decidira que iria ser quadrinista. Assim, inscreveu-se na escola de Arte Visual, de Burne Hogart, desenhista de Tarzan. Al era um bom aluno, mas o atrito entre os dois era inevitável: Hogart insistia que os alunos seguissem o seu estilo, e Al preferia seguir o estilo de Alex Raymond. Apesar das desavenças, Hogart chegou a dar três páginas dominicais para que o jovem desenhista as trabalhasse a lápis. Depois disso, Al Williamson foi desenhando várias histórias até se tornar um dos desenhistas mais importantes dos anos 50 e 60 nos EUA. Entre 1952 e 55 ele trabalhou na EC Comics, que foi a meca dos quadrinhos de qualidade nos EUA antes de ser perseguida pelo marchatismo. Depois disso, fez trabalhos a Warren (cujas histórias saiam no Brasil na extinta Kripta). Mas em 1966 o garoto que adorava os seriados de Flash Gordon teve a oportunidade de desenhar o seu herói. Al Williamson desenhou três números da revista Flah Gordon (algumas dessas histórias saíram no Brasil em revistas da RGE). Foi o bastante para demonstrar que ele era o seguidor mais talentoso de Alex Raymond. Tanto que a King Features Syndicates o chamou para desenhar as tiras de Agente Secreto X9, outro personagem criado por Raymond. Os roteiros ficaram a cargo de Archie Goodwin. Goodwin tem uma característica interessantes. É um desses roteiristas que não conseguem trabalhar com super-heróis (suas histórias no gênero são sofríveis), mas que se movimenta muito bem no gênero policial. As histórias criadas por Goodwin para X-9 estão entre os melhores quadrinhos policiais de todos os tempos e são, inclusive melhores que algumas das histórias de Dashiell Hammett, que escrevia o personagem na época em que Alex Raymond desenhava. Goodwin e Williamson reformularam completamente o personagem, dando à tira um toque de espionagem. O nome da tira, inclusive, foi mudado para Agente Secreto Corrigan. A dupla esteve a cargo do personagem de 1967 até 1980. Depois disso Al Williamson fez poucos trabalhos pessoais e chegou até mesmo a fazer arte-final para John Romita Jr quando este desenhava o Demolidor. O que é lamentável, pois, embora Romita não seja um desenhista ruim, seu traço é bastante simples e não chega nem de longe à sofisticação de Willianson. Al Williamson começou a desenhar X-9 numa época em que o feminismo estava em alta e, da revolução sexual parecia estar surgindo uma nova mulher. Seus desenhos refletem isso. As moçoilas que contracenavam com o agente secreto Corrigan não eram simples coadjuvantes, prontas a pedir socorro ao menor sinal de perigo. Ao contrário, eram mulheres liberadas e valentes. Williamson as fazia vestidas com calças justas e botas, mas ainda assim elas continuavam extremamente femininas. Outro trabalho importante do desenhista, até hoje lembrado pelos fãs, foi a quadrinização dos primeiros filmes da série Guerra nas Estrelas. |
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