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Por Dark Marcos 31/05/2010 Quando falamos da Era de Prata dos Quadrinhos, logo lembramos dos personagens da editora DC Comics. Não que a Marvel, a concorrente, não tenha representações nessa época (e já vimos isso anteriormente), mas tendemos a lembrar dos amigos do Superman. Porém, nada mais justo, uma vez que a citada Era de Prata começou com um herói da casa de ideias: o velocista The Flash, que ressurgiu na Showcase nº 4, em 1956. Mas o início dessa Era não aconteceu como se fosse um grande evento e muito menos se tinha a consciência do que estava a surgir a partir daquele ponto. Bem da verdade, esse processo foi um tanto quanto um lento, talvez lento demais para o herói mais rápido dos quadrinhos. O novo Flash, na verdade, surgiu como uma ideia editorial ousada (ou maluca) vinda com as bençãos do editor Julius Schwartz, do escritor Gardner Fox e do desenhista Harry Lampert. Acontece que já havia um personagem, criado décadas atrás, chamado Flash. Também pertencente a editora que seria conhecida como DC Comics, esse Flash das antigas tinha praticamente os mesmos poderes do da Era de Prata, apesar do visual mais simplório. Mas a idéia não era trazer o mesmo personagem de volta, e sim criar um NOVO personagem. O que Gardner Fox tinha nas mãos era o nome e os poderes. Sua parte era criar algo inédito com esses dois itens. Então, em outubro de 1956, surgia o novo Flash, identidade secreta do cientista da policia Barry Allen, que sofreu um acidente em seu laboratório envolvendo produtos químicos e um relâmpago (algo muito parecido com a origem do primeiro Flash). Era uma boa ideia que não tinha a pretensão de fazer tanto sucesso entre os leitores quanto se imaginava. Mas isso aconteceu e, anos depois, The Flash ganharia sua própria revista. Ou mais do que isso! Como se arrastasse toda uma época com a força de sua velocidade, o surgimento do personagem nesses moldes abriu as portas para que outros também passassem por um processo criativo parecido e fossem recriados apenas a partir de seus nomes e poderes. Alguns personagens ícones da casa, como Superman e Batman, não sofreram uma mudança tão brusca, mesmo porque, ao contrário do primeiro Flash, suas histórias não haviam sido interrompidas. Antes da Era de Prata, a popularidade do gênero de super-heróis havia declinado e alguns personagens caíram no esquecimento. Com essas reformulações, um outro efeito beneficiou os heróis de antigamente: reacendeu-se o interesse por esse gênero e, como consequência, os novos leitores queriam saber mais sobre as antigas versões de seus, agora, personagens favoritos. Para suprir a curiosidade dos leitores, foi criado um recurso que traria os mesmo personagens de décadas passadas para ficarem lado a lado com suas versões reformuladas. Os escritores imaginaram que, por exemplo, existia tanto o NOVO Flash quanto o ANTIGO Flash, mas em realidades diferentes. O grande evento aqui foi fazer com que os dois personagens se encontrassem. Estava criado assim o conceito de Multiverso, onde personagens novos se encontravam com suas contrapartes de outros tempos, em realidades distintas. Essa idéia, muito bem bolada para o clima de ficção que permeava a Era de Prata, iria acabar se tornando uma das maiores dores de cabeça da empresa ao sair um pouco do controle nas décadas futuras. Mesmo assim, havia grande divulgação quando personagens da Liga da Justiça (formada pelos heróis reformulados) encontravam-se com os personagens da Sociedade da Justiça (formada pelos heróis de outrora). O surgimento do Flash, portanto, marca não só o início de uma Era Prateada e cheia de criatividade desde seu conceito inicial, como prova que, para se sair da mesmice basta um lampejo de criatividade, por mais louca que possa parecer. Um lampejo simples, porém de intensa inspiração, como se um relâmpago iluminasse os editores com novos conceitos. |
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