Desnecessário dizer que eu guardava as páginas de Esportes da Folha de São Paulo só por causa dos desenhos de Jayme Leão. Naquela época, início dos anos 80, um desenho ocupar página inteira era impensável, só mesmo coisa do Jornal da Tarde, que tinha diagramação mais ousada. Só que o Jayme também teve esta primazia! O grande Jayme também trouxe para suas charges um pouco da linguagem das histórias em quadrinhos, que ainda acabou sendo assimilada pelo Paulo Caruso. Paulo, por sua vez, radicalizou nessa proposta de fundir charge e quadrinhos ao criar sua extraordinária página Bar Brazil, na extinta revista Senhor, fazendo uma charge em formato de histórias em quadrinhos, em que os personagens eram os políticos do momento. Depois Paulo atualizou o nome da série para Avenida Brasil e migrou para a ISTOÉ. Quanto ao Jayme, talvez os leitores se lembrem mais da famosa capa que ele fez para revista CIRCO numero 3, onde uma gigantesca loira escalava o tradicional prédio do Banespa,em São paulo, para agarrar um assustado macaquinho, numa divertida parodia do King Kong. Grande Jayme, o Leão dos Artes Gráficas Brasileiras!

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