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Por Gian Danton 20/04/2010 Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler, dizia que "Super-Homem é judeu", rebatendo a propaganda aliada feita pelos quadrinhos norte-americanos da época. Referia-se também ao fato de que os dois criadores do personagens, o roteirista Jerry Siegel e o desenhista Joe Shuster, eram judeus. Mas será que o herói é realmente judeu? Uma leitura literal de sua história não permite esse tipo de interpretação. Afinal, o personagem é um alienígena, enviado à Terra ainda bebê e que, no trajeto, torna-se super-poderoso, vindo a ser o grande defensor da humanidade. Entretanto, alguns pesquisadores têm destacado as semelhanças do mito super-heroiesco com o mito do messias judaico. Afinal, seria natural para dois judeus, num período turbulento, em que todo o povo de Israel era perseguido, criar um personagem que representasse o Messias. Para os judeus, o Messias é o enviado divino, que vem à terra para trazer uma era de paz e felicidade. A primeira indicação de que o personagem estaria ligado a esse mito está no seu nome de batismo, Kal-el. A palavra El em hebraico que significa Deus. Além disso, ele vem para a terra num foguete, ainda bebê, exilado de sua terra, da mesma forma que Moises é colocado em um cesto e lançado no rio para ser criado pelos egípcios. O Super-homem, como os judeus da época, inclusive seus autores, é um homem sem terra, e é obrigado a esconder sua verdadeira identidade. Na medida em que fizeram a metáfora da elevação do povo judeu através dos emergentes meios de comunicação, os autores do Capitão América capturaram também o espírito do norte-americano comum, que via seu país tornar-se a grande potência mundial, superando as velhas potências européias. Além das metáforas mais óbvias, vale lembrar que praticamente todos os desenhistas, roteiristas, editores e donos de editores da era de ouro eram judeus. Explica-se isso pelo fato de que os quadrinhos na época eram vistos como subliteratura, desprezadas pelos chamados artistas sérios. Os judeus, ao contrário, agarraram essa oportunidade e fizeram dos super-heróis o maior símbolo da grande virada estabelecida por eles no novo mundo. Não é à toa que os nazistas sempre foram os vilões prediletos dos quadrinhos. |
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