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Por Bira Dantas 04/02/2010 Ponto pra Pandora! A exposição conseguiu focar o rosto do grande criador e de alguns de seus personagens. A escola sedirará um bate-papo na próxima quarta-feira, dia 10/02, às 19h30, entre Bira Dantas (este que vos escreve - cartunista, quadrinhista, gaitista e outros “istas”), João Antonio Buhrer ((jornalista, pesquisador de caricatura e ex-blogueiro) e Djota Carvalho (jornalista, professor, quadrinhista “Só dando gizada” e criador do site Mundo HQ) com a intenção de jogar mais luz na produção de Agostini e no impacto que sua obra causou em toda a sociedade brasileira da época, nos profissionais do humor e na imprensa, que dava seus primeiros passos. As façanhas Agostinianas não são poucas não. Imagine que tudo se iniciou na década de 1860 (150 anos atrás). Sem Internet, bancas de jornais ou livrarias especializadas em revistas. Com um sistema bancário e de correios ainda incipiente. Agora imagine que isso tudo foi engedrado por um jovem de apenas 16 anos, recém-chegado da Itália, que aos 21 fundaria um dos primeiros jornais ilustrados do mundo: O Diabo Coxo. É mole? Este genial artista gráfico, criador da primeira HQ do mundo (As Aventuras de Nhô Quim) em 30 de Janeiro de 1869, fundou os mais importantes jornais do Brasil na época (Diabo Coxo, O Cabrião, Revista Illustrada) e colaborou com inúmeros outros (O Mosquito, Vida Fluminense, Tico-tico). Suas charges eram lidas e discutidas por todos. Ele era realmente popular. Infelizmente, morreu sem reconhecimento. A Escola de Arte Pandora tenta minimizar isso, junto a tantas outras iniciativas no meio dos Quadinhos, com exposição de trabalhos meus, de Amorim, Bordalo Pinheiro, Bernardelli, Caio Yo, Clovis Lima, Edgar Franco, Fabiano Carriero, Leandro Doro, Marcelo Mantovani, Matheus Moura, Matheus Mazzari, Moretti, Morettini, Nei Lima, Pacheco, Toni d'Agostino, Uenderson, Will - e o próprio Angelo Agostini - dão a graça de seus traços em honra do nosso passado. Veja as imagens aqui. Sempre é tempo de provar que temos memória e que um Mestre como Angelo Agostini não deve ser esquecido. Exposição até 13/02, das 9h00 às 19h00 (de segunda à sexta) e das 9h00 às 13h00 (sábado), na Nova Pandora, Escola de Arte (Rua Joaquim Novais, 146 - Cambuí - Campinas-SP - Fone (19) 3234-4443). Mais informações aqui. Eu entendo e assino em baixo desse puxão de orelha de J. Antonio. Afinal, Agostini tem uma obra tão impressionante, inovadora e perturbadora que merece ser estudada, louvada e aplicada. Não foi à toa que influenciou desenhistas de humor, políticos, cineastas, arquitetos, teatrólogos, pintores, escritores e fotógrafos. Não podemos apenas ter uma vaga idéia de quem foi este genial artista. Temos o dever de nos aprofundar em sua obra, aprendendo muito mais sobre a história do Brasil, do mundo e da relação política entre sociedade e estado. Além de reverenciar o Mestre, claro! Como bem disse Franco de Rosa no blog Ken Parker: “Angelo Agostini foi um artista genial. Veio pra o Brasil fazer charges e ilustrações. Encontrou um país caótico governado por um Imperador culto, que admitiu suas chacotas. No entanto Agostini ao ser mais determinado em realizar paródias da vida brasileira, acabou por desenvolver uma narrativa gráfica, em quadrinhos, pioneira e vanguardista. Pois realizou uma obra cinematográfica, antes mesmo do cinema ser inventado. Realizando sequências com planos que seriam utilizadas em tiras americanas perto de 50 anos depois dele.” Quer conhecer toda essa maravilhosa obra? É só comprar e ler os livros publicados, além de reconhecer notáveis trabalhos de pesquisa, você estará contribuindo na preservação da nossa história: O Poeta do Lápis (Marcelo Balaban); O Cabrião (Americo de Campos); Diabo Coxo (Luis Gama); 130 anos do Diabo Coxo (Prof. Cagnin); e As Aventuras de Nhô-Quim e Zé Caipora (Athos Eichler Cardoso). Angelo Agostini em 2010 completa 100 anos de morte |
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