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Por Cadorno Teles 07/10/2009 Em O Chinês Americano (American born chinese, tradução de Beth Vieira, 240 páginas, R$ 47,50), o norte-americano Gene Luen Yang cria uma obra sofisticada, bastante original pela perspectiva e inteligente a partir de três histórias, que à primeira leitura parecem desconexas, mas quando vão se sucedendo, de maneira episódica, se moldam e passam a ser uma só história bem costurada, nas palavras de um crítico amigo. A adaptação de um jovem de família chinesa aos Estados Unidos, a clássica história do mitológico Deus Macaco, lembrando Jornada ao Oeste, (de onde Akira Toriyama compôs Dragon Ball) e as hilárias e constrangedoras visitas de um primo chinês, terrivelmente estereotipado nas piores manias do povo chinês numa família totalmente americanizada, são as narrativas que se entrecruzam, mas não iremos abordar mais detalhes para não molestar o que tem melhor nesse premiadíssimo álbum. A graphic novel, lançada caprichosamente por aqui pela Companhia das Letras, pelo seu novo e surpreendente selo, Quadrinhos na Cia, é a primeira História em Quadrinhos a levar o prêmio Michael L. Printz Award, a primeira a ser indicada ao National Book Awards, um dos mais prestigiosas premiações do mundo literário, além de ter sido premiada como Melhor Livro pela Publishers Weekly's; Melhor Livro pela School Library Journal; Melhor Livro pela Booklist Editor's Choice; Melhor Livro do Ano pela San Francisco Chronicle; menção na NPR Holiday Pick e Melhor Graphic Novel/Quadrinho do ano pelo site Amazon. Claramente dirigida para o público juvenil, pela forma de identificação com certos problemas expostos e pela fortemente mitologia oriental, tão inserida aos jovens com os mangas e os animes. A fábula e a realidade se confundem, potencializando as sensações e experiências, conseguindo passar a mensagem válida tanto como leitura adulta como juvenil, divertindo a um, surpreendendo a outro, eficaz em ambos níveis. O Chinês Americano é uma obra para qualquer idade na verdade, que apresenta um novo autor que maneja muito bem a linguagem das narrativas gráficas e suas possibilidades, e que conseguirá atrair mais um público para as HQs. Um Quadrinho que recupera o sentido didático do álbum “com mensagem”, da mesma forma que Peyo e Uderzo fizeram no passado, contudo atualizando-a para os leitores do século XXI. |
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