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Por Matheus Moura 31/08/2009 A editora carioca Desiderata é nova nesse negócio de editar Quadrinhos. Mas desde que se propôs a isso ela anda fazendo um bom trabalho. E um dos últimos lançamentos em HQs dela é o álbum Copacabana (divulgado aqui), da dupla Lobo e Odyr. O primeiro é o roteirista o segundo é quem desenha e, desde o início, parecem formar uma boa equipe. A trama, totalmente ficcional, criada por Lobo está dentro do gênero que se pode chamar de “cotidiano”. A história de Copacabana narra a vida de uma prostituta chamada Diana. Tudo poderia ser normal para ela, uma vida cheia de trabalho e tudo o mais, no entanto ela deve uma grana preta pra um tal de Cadelão e para poder pagá-lo ela não medirá esforços, até mesmo entrar em enrascadas. Durante o percurso de Diana para conseguir a grana do Cadelão, ela conhece um cara, Morcego, escritor de romances “mel com açúcar”. Um bom recurso do roteirista foi colocar o Morcego com uma historinha paralela, apresentando o personagem e seu modo de pensar e ver o mundo. Outro foi aprofundar bem na cultura das prostitutas cariocas. É bastante interessante adentrar nesse (sub) mundo que parece tão distante das pessoas comuns e ao mesmo tempo tão fascinante. Os traços de Odyr são sujos, soltos e estilizados. No início pode não agradar, mas de acordo com que a leitura flui, o traço vai sendo assimilado pelo leitor e a percepção inicial de estranheza acaba se tornando de admiração. Difícil imaginar Copacabana desenhado por outra pessoa. Porém, uma vez ou outra há um quadro confuso em que não dá para distinguir totalmente e com facilidade o que está sendo mostrado. Nada que prejudique demais a leitura. Além das 200 páginas de Quadrinhos, no livro há dois textos: uma introdução escrita por Mário Bortolloto e outro, que é um making of, que não está assinado mas está nas palavras dos autores. Dos dois textos o making of é o melhor. Ele completa o entendimento da obra e desnuda alguns aspectos da produção. Particularmente achei bastante interessante. Em suma, Copacabana é um bom Quadrinho nacional, para leitores brasileiros e, quiçá, para estrangeiros também. Vale o preço e mais ainda a leitura. |
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