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Por Cadorno Teles 12/06/2009 A vida de Joseph Vaughan é perseguida pela tragédia. Aos 11 anos perdeu o pai, logo depois teve início a Segunda Guerra Mundial e uma série de assassinatos brutais começa a ocorrer. Os crimes e o fato de conhecer as primeiras vítimas marcam Joseph. Todas eram garotas na pequena comunidade rural em que vivia. Todas tinham entre 9 e 12 anos, lindas, meigas, boas filhas. Foram agredidas, violentadas, assassinadas, horrivelmente mutiladas e largadas por aí, para serem encontradas por qualquer pessoa. Vaughan com um grupo de colegas decidem proteger a comunidade e as colegas da turma, formando os Guardiões. Anos depois agora em Nova Iorque, vivendo como aspirante a escritor, tenta se livrar daquela sombra de seu passado A trajetória dessa vida é traçada pela narrativa de Uma Crença Silenciosa em Anjos (A Quiet Belief in Angels, tradução de Adalgisa Campos da Silva, Intrínseca, 448 páginas, R$ 39,90), livro de R.J. Ellory, um thriller policial sobre a resistência, a paranóia e infortúnio humanos. O livro foi selecionado pelo Richard & Judy Book Club, do Canal britânico Channel 4, e logo o caminho do best seller seguiu. A obra explora a juventude do personagem com maestria. Seus sonhos, crenças, amores. O que marca mesmo é que as meninas que foram mortas tinham uma amizade muito próxima com o garoto. Joseph sempre se mostrou diferente dos outros garotos desse pequeno condado na Geórgia. Era sonhador, queria se tornar um escritor, e contou com total apoio de sua professora, mãe e amigos para que assim fosse. Contudo, as mortes passam a dominar a vida do rapaz e sua obsessão detém outras vertentes da complexa narrativa. Não muito conhecido do público brasileiro em geral, o autor de Uma Crença Silenciosa em Anjos é um escritor cujas obras são difíceis de identificar em qual gênero poderão ser classificadas. Policial, suspense, ficção histórica... Um esforço relativamente que não chegará a resultado nenhum. É o caso do romance em questão, quinto de sua trajetória, primeiro romance seu publicado no Brasil, onde homenageia Thuman Capote e William Faulkner, pela retratação da miséria humana, sempre pontuada por breves momentos de luz que se extingue rapidamente e brutalmente. Durante a construção do texto o autor insere qualidades referentes ao período em que seu personagem narra, de um pré-adolescente começando a aprender sobre a vida ao adulto rebuscado, articulado e sensível. A principal característica não é criar um enredo, um filme na cabeça do leitor, mas envolvê-los nos sentimentos de Joseph, um dos personagens mais cativantes dessa década, se não da história da literatura.
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