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Por Cadorno Teles 13/05/2009 “Um Anel para a todos governar...” Sob a ação em torno desse anel o professor britânico John Ronald Reuel Tolkien (1892-1973) apresentou para a posteridade a saga de O Senhor dos anéis, clássica trilogia de fantasia, considerada uma das melhores obras do século XX, conquistando gerações de escritores. O mestre inaugurou um gênero que tem em suas fileiras nomes como Frank Herbert, Terry Pratchett, J.K. Rowling e que cresce a cada ano. Entre as mais recentes narrativas, a italiana Licia Troisi estreou com o mundo fantástico de Crônicas do Mundo Emerso, trilogia que usa alguns arquétipos tolkinianos, como um antagonista conquistador de terras e maculador de almas ou os protagonistas, jovens que vivem seus dilemas enquanto passam por uma jornada de aventuras e perigos, mas que também utiliza outros artifícios para prender a atenção de seus leitores, numa linguagem sensível que une o enredo lúdico de ação com a abordagem psicológica do conflito interior de seus dois protagonistas adolescentes. Continuando a temática, Troisi constrói em sua nova trilogia, Guerras do Mundo Emerso (Le guerre del Mondo Emerso), lançada recentemente no Brasil pela Rocco, uma nova abordagem que utiliza uma protagonista do segmento anti-herói, uma jovem ladra de uma Guilda que apoiou o Tirano da primeira Trilogia, enquanto Nihal e Senar. A aventura ganha mais ação e mistério em relação à primeira trilogia e a testa por que a italiana é a mais popular e bem-sucedida autora de livros de fantasia de seu país. Em A Seita dos Assassinos (La Setta degli Assassini, tradução de Mario Fondelli, 448 págs., R$ 49,50), se passaram quarenta anos da batalha que derrubou o Tirano, e o cenário se passa na Terra do Sol, governada por Dohor, um dos Cavaleiros do Dragão que lutou nesse conflito, que lentamente está expandindo sua influencia para as demais terras e subjugando-as. É neste momento que somos apresentado a Dubhe, garota que se tornará uma das melhores assassinas de todas as terras, que vivia numa pequena aldeia da Terra do Sol. Vivendo feliz com a família e os amigos, tudo muda quando tinha oito anos após uma desavença ela mata um de seus colegas de brincadeiras. A assembléia da aldeia condena a criança ao exílio na floresta. Após longos dias de caminhada, é encontrada por um ex-membro do famigerado culto A Guilda, dedicado ao Tirano-deus Áster. Assim a jovem aprenderá o trabalho do assassino, porém ela jurou nunca mais privar um ser humano da vida depois do acidente que a tornou órfã e sem pátria. Agora com 17 anos mora em Makrat, onde se dedica ao trabalho de ladra. De um momento para o outro, ela passa a ser o centro das atenções na Guilda, e tenta a todo custo descobrir o porquê do interesse que desperta. Algo que levará a uma descoberta que acarretará a um terrível acontecimento. Em meio a sua investigação encontrará aliados nos lugares mais inesperados, mas, quando faz uma descoberta surpreendente, ela terá que decidir se sua vida vale tanto quanto o futuro do Mundo Emerso. A autora escreve, como já analisamos, uma narrativa com sensibilidade, com carência no lado descritivo, principalmente na construção das cenas, bem estereotipadas, mas que se supera pela profundidade psicológica, como a dor de matar um colega, o afastamento forçado dos pais, o sentimento de culpa que lhe acompanha, a solidão, a aflição, a angustia, a busca de identidade num mundo em mudança, entre outras matizes que fazem desta nova série, melhor que a anterior. Como no release da editora diz, o leitor vai ser, mais uma vez, levado para uma terra distante, onde elfos, gnomos, dragões, ninfas e outros seres imaginários convivem, nem sempre em harmonia. Este primeiro volume de Guerras do Mundo Emerso confirma tudo que se esperava da autora, após o sucesso da sua primeira trilogia, Crônicas do Mundo Emerso. |
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