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26/02/2009 Danilo Dias é o criador do Raio Esmeralda, personagem que recentemente comemorou 20 anos de criação. Conheça mais sobre este produtor independente no depoimento a seguir: “Já se passaram vinte anos desde a criação do Raio Esmeralda, mas minha paixão por histórias em quadrinhos surgiu muito antes disso. A história é a seguinte: O que mais longe minhas lembranças alcançam era eu ainda muito criança folheando uma HQ de um grupo de heróis que acredito ser a Sociedade da Justiça, já que o personagem que mais me marcou na época foi o Pantera, aquele da máscara com um focinho com bigodes. Aqueles heróis me fascinavam. Lembro-me também numa certa feita, de ser motivo de orgulho e graça ao ser flagrado por minha avó, soletrando as frases que compunham aqueles balões para entender o que diziam aqueles magníficos personagens. Anos depois, lembro-me de ter lido num restaurante onde meu pai trabalhava no bairro da Piedade, o exemplar de uma revista que contava a história do Capitão América lutando contra um sósia dele. Lamentando muito, tive que deixar a revista lá. Muitos anos depois descobri e consegui essa edição #26 do gibi do Capitão. Nesse dia não quietei enquanto meu pai não foi na banca e comprou um novo gibi pra mim, e qual não foi minha surpresa quando meu velho trouxe uma melhor ainda, foi exatamente quando o gibi do Capitão América se tornou Almanaque do Capitão América #29, isso ocorreu em 1980. Após esse dia foram mais de vinte anos colecionando aquilo que se tornou uma paixão avassaladora, as histórias em quadrinhos. Na época me sentia sozinho, pois nenhum outro garoto do meu condomínio curtia HQs, então passei a catequizá-los para ter com quem discutir e debater as histórias que líamos. Em 1987, participei de um concurso na 7ª série do colégio Águia onde eu estudava e pra minha surpresa meu desenho foi o escolhido para representar em cartazes e camisas uma homenagem póstuma as vítimas da bomba de Hiroshima. No inicio da década de 80 eu já tinha criado dezenas de super heróis, mas um especificamente me chamava atenção, era o Raio Verde, que usava um uniforme verde e amarelo inspirado na bandeira brasileira. Além disso, sempre tive vontade de criar um herói com cabelos também verdes com um campo de força esverdeado em volta de seu corpo. Logo depois ele se tornou o Flama Verde, mas ainda lhe faltava alguma coisa. Foi então que criei o Raio Esmeralda em 1988 com o intuito de produzir aquelas histórias leves e despretensiosas que tanto li na minha infância e toda minha adolescência. Ele era pra ser uma sátira aos super heróis, mas eu não achava uma referência ideal do que eu queria fazer, coisa que só vim entender no lançamento do desenho animado dos Incríveis da Disney no ano de 2004. Em 1993, eu estagiava na Petrobrás no bairro do Itaigara e tinha acesso a reprografia que havia várias máquinas copiadoras(Xerox) onde no final do expediente eu produzia escondido dezenas de cópias das HQs que desenhava nos horários de folga. Fiz três fanzines e vendi quase todos, tanto que hoje são uma raridade até para eu encontrar e mais uma edição encadernada do Raio Esmeralda que ainda guardo duas edições. Em 1995, além de fazer um curso de Desenho Artístico com a excelente e conceituada artista Carmem Galante, entrei também num curso de histórias em quadrinhos realizado no Centro Integrado de Artes da Bahia, chamado Oficina HQ, onde trabalhei mais a técnica de desenvolvimento de um personagem com o próprio Raio Esmeralda. Lá conheci o Davi Sales que antes assinava como Davi 70 e ao ver os desenhos daquele cara, passei a me dedicar cada vez mais aos meus desenhos fazendo cursos de Criação em Artes Plásticas e Desenho Criativo oferecidos pelo MAM – Museu de Arte Moderna da Bahia. Nesse período também, o Raio Esmeralda foi capa e destaque da matéria sobre o curso de quadrinhos, no caderno cultural “Folhateen” do extinto jornal “Bahia Hoje” que circulou numa quarta-feira, 12 de julho de 1995. Essa foi a primeira aparição do personagem na mídia. Posteriormente, mas especificamente em 1997, fui convidado a monitorar um curso de quadrinhos com a mesma equipe do Oficina HQ, agora chamado Planeta HQ onde no final foi elaborado um fanzine coletivo com HQs produzidas por alunos do curso e teve a participação de uma HQ do Raio Esmeralda que contou com a estréia do arquiinimigo Pára-Raio. Foi nesse mesmo ano que entrei na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Lá encontrei grandes amigos que eram apaixonados por histórias em quadrinhos, desenhos animados, filmes e tudo que pseudonerds idolatravam. Lá também tive acesso a novas técnicas e outras formas de artes, tanto que participei da exposição com um desenho em técnica mista sobre o tropicalismo chamada “Panis et Circenses” que rodou locais importantes da cidade de Salvador, como o Museu Eugênio Teixeira Leal e até um shopping popular chamado Center Lapa. Nesse período criei o personagem de cunho religioso chamado Santidade e desenvolvi a idéia de criar uma foto-ficção que seria uma vertente das antigas fotonovelas, então convidei amigos e artistas da UFBA para produzirmos juntos aquelas HQs de ficção com fotografias dos próprios convidados fazendo a ação e os papeis dos personagens e que foi batizada como Crônicas de Terrara. No segundo semestre de 1998, entrei para o Serviço de Atendimento ao Cidadão – SAC e no mesmo ano criei e desenvolvi o mascote da organização que batizei primeiro como Sacquinho e por motivos óbvios, posteriormente mudei o nome para Sacquito. Com ele produzi diversas tirinhas, então criei uma mini revista que circulava internamente e que fez um grande sucesso entre os funcionários e usuários dos serviços oferecidos, chamada Revistirinha do Sacquito. No ano de 2006, participei de um concurso interno nacional promovido pelo Itaúcard para a criação de uma mascote que representasse a qualidade dos serviços da empresa e acabei ficando em 2º lugar entre a concorrência nacional com o personagem Itaultra. Em julho de 2007 fui apresentado aos fotologs da internet e isso me deu estimulo e um novo fôlego para desenvolver desenhos, fanartes e novas histórias em quadrinhos. Com a ajuda importantíssima dos indispensáveis amigos Patrícia Torres, Edmilson Santos e Marcel Siqueira, passei a desbravar o mundo virtual dos fotologs, blogs e sites relacionados a quadrinhos, comecei a produzir desenhos pintados e arte finalizados no computador e conheci muitos artistas espetaculares, fiz novos amigos trocando diversas informações, HQs e fanzines produzidos por diversos quadrinhistas brasileiros que tinham o mesmo sonho e a vontade que eu sempre tive de divulgar e de mostrar minhas idéias e meus personagens ao grande público brasileiro. Um ano depois, acabei produzindo um novo fanzine do Raio Esmeralda nº 0 que contou com uma bela capa de um antigo ídolo e agora amigo chamado Davi Sales. A revista teve produção totalmente independente e teve também uma grande aceitação perante os fotologueiros, fãs de Histórias em Quadrinhos e curiosos, com direito a divulgação em vários sites e até uma nota na mais importante revista impressa sobre quadrinhos do Brasil, a Mundo dos Super Heróis #12.” Atualmente, Danilo Dias está produzindo o encontro entre os personagens Raio Esmeralda e Águia Dourada, de Maurício Augusto; captando recursos para produzir um jogo de cartas com os personagens do universo do Raio Esmeralda, e também produzindo a continuação da história iniciada no fanzine #0 e que fará parte da revista do Raio Esmeralda #1, onde há a expectativa de ser contada a origem do vilão, Manilha. Acompanhe a produção de Danilo Dias aqui. |
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