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Por Fernando Fiorin 30/09/2008 Jogador: Participa de uma partida de RPG descrevendo as ações do seu personagem, seus sentimentos e seus comportamentos mediante a ação do ambiente a sua volta. Alguém notou a diferença? Parece absurdo ter que começar uma matéria assim, mas eu juro que já vi essas definições e variações das mesmas em praticamente TODOS OS JOGOS DE RPG que já li. E não foram poucos. Então eu me pergunto: Por que alguns jogadores insistem em confundir personagem com jogador? A situação clássica: O personagem precisa descobrir um segredo que vai ser essencial para sua existência. O problema surge quando o jogador, por ter lido o sistema, ser um pouquinho esperto ou por ter ouvido um dos outros jogadores falar a respeito, sabe a solução para o segredo. Daí o que geralmente acontece é que, ou a solução brota na cabeça do personagem, ou inexplicavelmente ele tem uma onda de sorte que faz com que o mesmo acabe “esbarrando” na resposta. Já vi várias campanhas serem estragadas por jogadores que não conseguem entender que eles não são os personagens daquele jogo que estão participando. Se em jogos de mesa isso é desagradável imaginem essa situação em jogos de Live Action. Porque em mesa um mestre geralmente (assim esperamos) consegue dar conta dos cinco jogadores que o cercam. Mas em um live onde existem de 20 a 30 pessoas jogando ao mesmo tempo sem a supervisão direta de um mestre a coisa fica mais complicada. Na trupe de Londrina usamos um termo para os jogadores que misturam informações ou usam informações que seus personagens não saberiam: nós dizemos que a pessoa está onfando, ou seja, misturando on com off (termos usados em live para dizer que um jogador está atuando naquele momento ou não). Como jogamos muitos lives de Vampiro: A Máscara aqui, vemos muitas vezes um personagem que nunca viu um Vampiro do Sabá na vida (mas cujo jogador é narrador de jogos com vampiros do Sabá) saber todos os procedimentos da Seita, como o ritual de recrutamento e a forma como esses vampiros fazem suas propagandas. Ou personagens que sabem tudo sobre magos ou lobisomens porque o jogador já leu os livros. Jogadores mais ingênuos podem se perguntar: mas que tipo de problema isso pode trazer para o jogo? É muito simples. Parte da diversão do jogo se encontra no mistério e nos sentimentos que esse mistério esconde: o horror, o terror, a raiva e tantos outros que variam de trama para trama. Imagine que você, caro jogador, construa um personagem que busca o irmão desaparecido há anos e mesmo depois de ter sido transformado em vampiro não desistiu de sua busca. Finalmente seu personagem está muito próximo da resposta, está quase descobrindo o paradeiro de seu irmão, aí surge um outro jogador e diz que sabe onde está seu irmão: ele virou um lobisomem e agora mora com os outros de sua espécie numa região do parque local. Isso tira todo o tesão do jogo de qualquer pessoa. Por isso eu digo, não misture as bolas! Pondere o que seu personagem realmente sabe a respeito daquele assunto, pois isso pode se tornar mais um motivo de diversão para você, meu caro jogador. E tenha uma boa diversão. Mestre, como evitar que seus personagens onfem: |
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