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Resenha: Quinze Dias em setembro
Por Cadorno Teles
31/07/2008

O argumento da narrativa de Quinze Dias em setembro, mais novo lançamento do recordista mundial em livros escritos e publicados, Ryoki Inoue, é um fato cruel, insólito e que marcou a história do início deste século: o ataque terrorista às Torres Gêmeas do Word Trade Center e ao Pentágono, no dia 11 de setembro de 2001.

Inoue¸ um autêntico workaholic, maníaco por trabalho, com horror a ficar parado, sempre calcou suas narrativas em um leque ficcional amplo, já escrevendo de tudo: passando por todos os gêneros: histórias de faroeste, guerra, policiais, espionagem, amor e ficção científica. Com maestria, sempre conseguiu compor atraentes histórias que conquistaram uma legião de fãs dos pocket books. Na época dos livros de bolso chegando a escrever usando 39 pseudônimos, sob exigência das editoras. Nesse seu último livro, usando um fato que foi exaustiamente estudado e comentado  em diversas mídias, além de filmes e romances diversos, compôs um romance policial que usa de várias frentes de cenário, como numa novela, abordando seus personagens no seu cotidiano frente à catastrofe, traçando tudo num fio de condução à narrativa principal.

Ambientado em duas cidades, São Paulo e Nova Iorque, Quinze dias em setembro (Companhia Editora Nacional, 422 páginas, R$ 32,00) apresenta uma diversidade de personagens que se encontram por causa do terrível evento. Entre eles, citamos: os extremistas muçulmanos que vivem num bairro popular da Grande Maçã, os investigadores do FBI, os jornalistas, a médica Amina, todos sendo arquétipos de suas profissões, tão alardeadas em outros romances. Além desses personagens, temos Fefê, filho do megaempresário de importados, Fernando Henrique, é um playboy, um rapaz que vive do bom e do melhor, a custa dos pais. Contudo, seus pais resolvem contar a mesada milionária do filho e o jovem procura outra fonte de renda, e se envolve no tráfico internacional de ecstasy. Logo nos primeiros meses de "trabalho", o rapaz recebe uma incumbência do líder do tráfico: ir a Nova Iorque, mais precisamente ao WTC, pagar em dinheiro vivo, nas mãos, um lote de drogas, no mesmo dia do fatídico ataque.

Além de Fefê, que podemos dizer que é o personagem que liga a ambientação da narrativa que envolve muitos dos assuntos tratados atualmente, como o tráfico de drogas, o extremismo religioso, a imigração ilegal, o tratamento da polícia norte-americana aos imigrantes, a investigação do FBI, entre outros, onde Inoue revê os problemas da contemporaneidade com uma visão bem crítica. O livro é uma boa abordagem fictícia para se entender no nível dos indivíduos participantes da trama, o caos gerado pelos ataque. Um bom romance, que usa o sentimento de cada personagem perante aquilo que assustou o mundo, além de ter muita ação e aventura ao longo de suas mais de quatrocentas páginas. Podemos ainda dizer que Quinze Dias em setembro é uma ótima chance de fazer uma releitura dos ataques.

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