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Por Bira Dantas 12/06/2008
No Lambiek combinei uma seção de autógrafos do Memórias de um Sargento de Milícias, Front e BiraZine, além de um almoço com o Kees e Klaas (eles adoram dobrar vogais), seção de fotos pro site e desenho no caderno de celebridades como Moebius, R. Crumb, entre outros... Lá estava eu e Cláudia, em Amsterdam, procurando a Lambiek. Com um mapa na mão, finalmente achamos: Kerkstraat 132 Amsterdam 1017 GP The Netherlands A livraria de Quadrinhos mais simpática e antiga da Europa foi fundada em 1968 e é o primeiro e mais famoso antiquário de lá. Era lá que eu faria uma sessão de autógrafos de revistas como Bira Zine, Front (Ed. Via Lettera), Prismarte, Tiras de Letra na Casa da Vizinha, Fome de ver Estrelas (ambas da editora Virgo) e Memórias de um Sargento de Milícias (Escala Educacional). Eles disponibilizam no site lambiek.net a “Comiclopedia”, um compêndio ilustrado com verbetes de A a Z, com quase 10.000 cartunistas, tiristas e quadrinhistas de todo o mundo. Inclusive eu... O dono da livraria, Kees, é um doce de pessoa, muito simpático. Conversei com ele sobre muitas coisas, que é doido por Quadrinhos e já conhecia a revista Front que lhe caíra nas mãos lá mesmo. E me segredou que a Lambiek lhe dá um bom prejuízo mensal, ou seja sua paixão pelos Quadrinhos faz com que ele desvie euros de outra fonte, para possibilitar que aquele sonho se mantenha aberto. A livraria é uma beleza. Kees me disse que os colecionadores em Amsterdan recorrem às compras virtuais pela Internet e ele tem tido cada vez menos compras na loja. Uma pena... Mas o almoço que ele nos ofereceu foi uma delícia: salmão defumado com salada, croquetes de carne e cerveja belga. Na volta, desenhos, caricaturas de Kees, Klaas e Marcel, autógrafos para os poucos que apareceram. Surpresa: seu webmaster californiano, Rick Webb, estava tocando uma boa música brasileira como pano de fundo! Saquei da gaita e desandei a desafinar um choroso Carinhoso. Na Internet, além de exposições virtuais, eles mostram a história da HQ na Holanda, ricamente ilustrada. Segundo o site, os Quadrinhos sempre existiram na Holanda, da forma medieval centsprent aos textos em Quadrinhos, ou na moderna stripverhalen, as famosas “tiras”, como as conhecemos. O começo – O período de 1800 é marcado pelo surgimento de muitas revistas e jornais satíricos. O mais famoso era Het Humoristisch Album, que lançou muitos ilustradores como Jan Linse e J. Holswilder. Em 1866, publicaram uma versão holandesa de Monsieur Cryptogame, originalmente feita pelo alemão Rudolf Töpffer (sem crédito). A versão da HQ holandesa era Meneer Spillebeen. Jan Linse é considerado o primeiro quadrinhista holandês. 1920-1940 – Entre as duas Grandes Guerras, a Holanda importou muitas revistas em Quadrinhos estrangeiras, o que fomentou fortemente a produção local. 1940-1945 – Com a ocupação da Holanda pelos alemães na Segunda Guerra, teve início a uma forte produção de Quadrinhos de propaganda ideológica. 1945-1950 – Após a Guerra, a falta de papel causou novo impacto, mas logo a HQ holandesa se recuperou. 1950-1967 – Com um crescente número de jornais, a indústria dos Quadrinhos floresce novamente. Os Comics americanos importados também influenciam a cena da HQ na Holanda. 1968-1980 – Sem surpresas, 1968 foi um ano revolucionário para os Quadrinhos, o que possibilitou o surgimento de muitas revistas underground nos anos 70. 1980 - Inspirados pelos Quadrinhos internacionais, os artistas holandeses alcançam um alto grau de profissionalismo. Dias atuais – Uma nova geração de quadrinhistas surgiu na última década e despontam agora. A ótima cobertura de Marko Ajdarić E lá na Lambiek eu pude ver os originais da ótima arte de Marcel Ruijters da revista Inferno, indicado como melhor quadrinhista do VPRO Best Dutch Graphic Novel 2008. De volta ao Brasil |
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