Na escolha dos Melhores de 2007 pela revista Mundo dos Super-Heróis votei na revista Cometa na categoria Melhor Gibi Nacional. E, ao ler a edição #7 (saiba mais aqui) para escrever esta resenha, reitero: meu voto está mantido!
Neste número, Cometa tem como convidados Crânio, criação de Francinildo Sena, e Lagarto Negro, de Gabriel Rocha. Nando Alves desenvolveu um roteiro eloqüente. Em alguns momentos, como é o caso da forma como Lagarto Negro encontra para localizar Cometa, ameniza a história, mas sem perder o foco: debater o tráfico e a exploração de crianças. Um tema pesado para uma publicação juvenil, mas (muito) pertinente e importante de ser discutido. A reviravolta que Alves faz no final da história é algo que mexe com o expectador. Infelizmente é impossível comentar o que rola sem estragar a surpresa. Surpresa esta que eu tive e me fez pensar bastante no dia-a-dia dessas pessoas. Samicler Gonçalves melhora a cada edição a sua narrativa gráfica, seu storytelling torna muito agradável acompanhar a história. Crânio e Lagarto Negro, tanto no roteiro como no visual, estão muito bem explorados. As cores e o letreiramento estão bem feitos. Parabéns pela coragem dos idealizadores deste projeto em assumir esse risco.
A capa de Cometa #7 também merece menção. Ela não tem ação, como é o costume em publicações do gênero, mas mostra exatamente (sem precisar de chamadas apelativas) a situação e a que vem a edição. O uso da chuva deu ainda um ar mais triste para a cena. Senti falta das fichas dos personagens, da forma como foram feitas quando da aparição do Escorpião, de Rodolfo Zalla; o Raio Negro, de Gedeone Malagola, e Nova, de Emir Ribeiro na edição #6. Isso, em hipótese nenhuma, tira o valor deste número. Cometa #7 está bem impressa, nada que mereça comentários. Infelizmente, a falta de periodicidade da publicação (uma constante no meio), ao meu ver, atrapalha sua visibilidade entre o público que poderia se interessar pelo título. Tomara que os leitores de Quadrinhos que ainda não descobriram a Cometa a descubram o quanto antes! Eu a descobri e não quero mais deixar de ler!
