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Por Humberto Yashima 08/02/2008 O quadrinhista mineiro Mozart Couto, um dos mais conhecidos artistas do Brasil, já teve seus trabalhos publicados na Europa e também trabalhou para o mercado norte-americano de Quadrinhos. No Brasil, ilustrou HQs como BioCyberdrama, escrita por Edgar Franco, e A Boa Sorte de Solano Dominguez, escrita por Wander Antunes. No bate-papo a seguir, Mozart fala sobre sua carreira, o período em que desenhou para editoras norte-americanas, rotina de trabalho e muito mais. Como surgiu a sua paixão pelas Histórias em Quadrinhos? Acho que desde a primeira vez que vi uma revista de Quadrinhos, e nem me lembro quando foi. Com mais ou menos com 4 anos, eu já fazia desenhos em seqüência e com balões, depois, pedia meu pai, ou minha mãe, que escrevessem nesses balões a história que eu queria narrar. Você é um desenhista autodidata ou tem formação acadêmica na área? Quais os artistas que influenciaram seu estilo? Fale um pouco sobre o período em que você ilustrou revistas para o mercado norte-americano de Quadrinhos.
Qual das suas HQs você considera o seu melhor trabalho? Por quê? Muitos autores nacionais têm conseguido publicar seus trabalhos, seja em fanzines, revistas independentes ou até em editoras como a Devir e a Desiderata. Você acha que houve um aumento de interesse dos leitores nas HQs brasileiras? Você tem algum projeto “engavetado”, um “xodó”, que gostaria de ver publicado algum dia no Brasil? Como é a sua rotina diária de trabalho? Você possui um estúdio separado ou faz tudo em casa mesmo? Você utiliza muito o GIMP para desenhar e até posta em seu blog tutoriais sobre o assunto. Fale sobre as vantagens desse programa. Eu gosto muito de aprender coisas novas e de experimentar. Descobri o GIMP e achei que ele poderia ser muito útil para “hobbistas”, iniciantes e profissionais que não precisam da sofisticação que só alguns programas proprietários complexos e com licenças caras nos dão. Meu interesse, não só no GIMP, mas também nas possibilidades do software livre, se deve a minha preocupação com a imensa “vala” que divide as pessoas, no mundo todo, que podem pagar por licenças caras de programas e sistemas operacionais proprietários das que não podem. E também por causa das cópias ilegais e compartilhamento ilegal de softwares. Então, se temos à disposição um sistema operacional e vários programas que são livres para serem baixados e usados (não é preciso pagar licença para usar. E pode ser usado profissionalmente), livres para serem abertos e estudados, modificados e até compartilhados, achei que essa era uma boa opção para quem não quer propagar a ilegalidade, que é um “tiro nas próprias costas” de todos. O GIMP é um programa robusto e, e com o tempo, vai se impor como uma opção segura é muito válida para profissionais. Aliás, em certos casos, já pode ser considerado assim. E, tecnicamente, tem lá suas vantagens (as mesmas do Linux) que, com o tempo se tornarão mais e mais interessantes. Vale a pena conhecer e experimentar. E, claro, usar tranqüilo, para qualquer finalidade, sem lesar a um proprietário do software pelo não pagamento de licença. Para finalizar, deixe um recado para os novos quadrinhistas que batalham para ter seus trabalhos publicados no nosso país. Eu tenho visto, entre os ilustradores, que está havendo uma conscientização e uma movimentação muito grande quanto à valorização da profissão e dos profissionais da área, alicerçada nas possibilidades de troca de informações pela Internet, tipo listas de discussões, fóruns, etc. Então, eu penso que também veteranos e os jovens quadrinhistas devem seguir por aí também. Saber bem como funciona o mercado de trabalho antes de se deixarem levar pelo fascínio da produção e da publicação e ainda mais grave: pela ilusão de publicar no exterior. Precisamos nos estruturar melhor para podermos trabalhar e ter um retorno seguro, legal. O resto é estudar muito e praticar, além de aprender com os que nos precederam. Manter a mente aberta e aceitar estilos diferentes, não só os “mainstreams” da vida, também é muito bom. O Bigorna.net agradece a Mozart Couto pela entrevista, realizada por e-mail e finalizada em 04/02/2008 |
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