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Por José Salles 30/01/2008 Instinto básico dos seres humanos, o sexo vem sendo retratado por diversas formas de arte ao longo da História, e evidentemente a arte seqüencial em Quadrinhos não estaria fora desta, tornando-se, no Brasil e em outras tantas partes do mundo, o mais atraente estilo para as vendas no mercado editorial. Há basicamente duas formas de se tratar o erotismo em Quadrinhos: fazer do roteiro mero pretexto para se mostrar sacanagem em todas as posições (lembremo-nos que até mesmo o precursor do erotismo nos Quadrinhos, o brasileiro Carlos Zéfiro, é mais reconhecido pela ousadia do que pela exuberância dos roteiros), ou então inserir o erotismo em qualquer outro estilo de HQ, caprichando nos diálogos e nas situações, os atos sexuais sendo inseridos no meio da trama por fazerem parte da vida real (no caso de um autor que prefira um tratamento realista para a história) ou porque são indispensáveis para o desenrolar do roteiro (seja em HQs realistas ou não) – tal como é visto na atual produção brasileira, em revistinhas populares como Safadinhas, Histórias Safadas, Excitação Total, Gatinhas Sacanas entre outras. Esse cuidado em não transformar uma HQ erótica em pornografia desinteressante já tem alguns anos de tradição na produção editorial brasileira de Quadrinhos. O exemplo mais lembrado é o da Editora Grafipar, que tantos & ótimos títulos lançou na virada das décadas de 70 e 80 do século passado, gibis de todos os estilos mas sempre (ou quase sempre) vistos sob a ótica do erotismo. Desde então, a infindável criatividade dos quadrinhistas brasileiros foi responsável por uma variedade de ótimas agaquês publicadas dentro do que chamaríamos de “gibis de sacanagem”. As histórias que se encontram espalhadas nas 64 páginas deste exemplar de Aventuras Eróticas (o número 4, lançado pela Nova Sampa/Big Bun Editora por volta de 1992), cuja capa vocês puderam conferir acima, são ótimos exemplos de roteiros muitíssimo bem elaborados, feitos não só para agradar aos tarados mas também aos seletos fãs das HQs de vários estilos.
As histórias vistas & lidas nas páginas de Aventuras Eróticas #4 estão calcadas no horror e na ficção-científica, e o erotismo explícito faz parte do contexto dos roteiros, muito mais intensos do que se poderia imaginar julgando o gibi unicamente pela capa. Somente duas HQs, aquela que abre e a que fecha a revista, é que escapam da temática horror-ficção (mas evidentemente fazem jus ao título do gibi), focando o lado psicológico de personagens comuns: a primeira delas, A Viuvinha (escrita e ilustrada por Franco de Rosa, a partir de relato um leitor da revista), trata sobre a iniciação sexual de um guri no interior do Paraná; e a história que fecha o gibi é ótima, uma pequenina pérola de quatro páginas chamada A Decisão, escrita & muitíssimo bem ilustrada por Yosimato Sakito, mostra um homem incapaz de satisfazer sexualmente as mulheres e que então decide se masturbar o resto da vida. Relaxa, cara, vai ver o destino não te fez com vocação para as fêmeas...
A dupla Gian Danton (textos) e Jose Horacio Lopez (desenhos) assinam duas excelentes HQs presentes neste número de Aventuras Eróticas, no estilo ficção-científica: Blood Road mostra um garotão motoqueiro meio arrogante, que vence um racha e cai na cama com mulher lindíssima, que depois de uma bela transa se revela uma aberração mutante com cara de cobra. A outra HQ da dupla Danton/Lopez chama-se O Farol, é um notável pesadelo de abdução extraterrestre: mostra um casal de férias em praia deserta, e depois de uma boa transa na areia são atraídos para um farol onde serão estudados, capturados & trucidados por seres alienígenas. Completa esta interessantíssima edição mais uma personagem feminina de dons ofídios, Lyandra, jovem linda e sensual que seduz, fornica e assassina os machos, através de uma horrenda serpente que sai de sua boca. |
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