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Resenha: A Caravela
Por Matheus Moura
12/11/2007

Como mencionado na resenha de Shima, o livro A Caravela é o segundo lançamento da série Biografix da Editora Marca de Fantasia. Segundo número e a segunda vez publicada em forma de coletânea. A primeira se deu pela Editora Crisálida – com apenas dois mil exemplares - de Belo Horizonte, motivada por Wellington Srbek, o qual fez a seleção das tiras apresentadas, além de também fazer este segundo resgate. Na primeira vez em que a compilação A Caravela foi lançada, o país estava em “comemoração” aos 500 anos de descobrimento (?) motivo maior dela ter sido publicada em tal data.
 
Sete anos depois A Caravela está disponível mais uma vez aos leitores brasileiros, agora sem o risco de ficar muito tempo fora de catálogo, já que a produção da Marca é rotativa. Assim como a maioria do material da editora o livro possui formato 14 x 20 cm, 48 páginas e sai ao preço de R$ 10,00. O livro é aberto com uma introdução escrita por Srbek falando a respeito da obra e seu autor, Nilson. É sempre bom haver textos que situem o leitor ao que ele está prestes a ler. Faltou a data do texto, pois como a coletânea já havia sido publicada antes fica a dúvida: é a introdução original ou foi feita em exclusividade para essa versão? Em seguida temos a apresentação dos principais personagens - para não haver erro durante a leitura -  mais um item que aumenta a imersão do receptor à obra.
 
As tiras narram a vida da tripulação da Caravela que sai de Portugal rumo ao novo mundo. Os principais personagens são a tripulação de marinheiros com seus percalços durante a viagem; além da dupla de marujos, Joaquim e Manoel, os quais possuem destaque especial, há o padre, o capitão-mor, o cavaleiro e o carrasco, todos com participações fundamentais na construção da crítica social empregada na narrativa de Nilson à sociedade contemporânea. Não é para menos, no último FIQ, o autor “ateou fogo” na discussão acerca de Humor e Política, se mostrando bastante indignado com a situação atual do humor crítico no Brasil. Ao final há uma rápida biografia do autor.
 
Como é quase impossível chegar à perfeição, há alguns erros de português durante as tiras e na introdução de Srbek, nada que não possa ser corrigido em novas impressões. Detalhes estes que chegam a ser irrelevantes perto do excelente conteúdo encontrado na obra. Uma aula de como se fazer tiras, de modo simples e contundente. Com certeza Nilson se mostra um dos grande tiristas brasileiros e que infelizmente andava um tanto esquecido. Só nos resta esperar mais coisas de sua autoria serem publicadas. Para adquirir este ou qualquer outro material da editora basta acessar o site da Marca de Fantasia ou escrever para o e-mail contato@marcadefantasia.com.br

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