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Resenha: Vampiratas - Demônios do Oceano
Por Cadorno Teles
12/09/2007

Vou contar a história dos Vampiratas,
História antiga e verídica.
Sim, vou contar sobre um velho navio
Com tribulação maligna e fatídica.
Sim, vou cantar no oceano azul...
Que assombra o oceano azul.
 
O navio Vampirata tem velas rotas,
Que balançam como asas a voar.
Dizem que o capitão usa um véu
Para nosso temor aplacar
De sua palidez mortal
E de seus olhos sem vida,
E dos dentes afiados como a noite sombria
Ah, dizem que o capitão usa um véu
E seus olhos nunca vêem a luz do dia.

 

2505, litoral oeste da Austrália, em um lugar conhecido como Baía Quarto Crescente, é ali que os irmãos Connor e Grace partem, após a morte do pai, faroleiro da cidade onde viviam. Negando a serem adotados ou irem para um orfanato, decidem fugir pelo mar, no pequeno barco de seu pai. Contudo a sorte dos irmãos não melhora, pois quando conseguem se afastar da costa são pegos de surpresa por uma tormenta. A pequena embarcação não suporta e é partida em dois, jogando Grace e Connor nas águas em revolta. Os dois logo são resgatados, o garoto por piratas e Grace pelos lendários Vampiratas.

Esse é o inicio da história de Vampiratas – Demônios do Oceano (Vampirates: Demons of the Ocean, tradução de Alves Calado, Record, 304 páginas, R$ 38,00) do inglês Justin Somper. Com um título meio que estranho e com uma história bem diferente, Somper promete trazer um novo mundo para o jovem leitor e também para os amantes de histórias de ação, no melhor estilo Piratas do Caribe. Uma combinação entre os dois personagens mais caracterizados e romanceados da literatura, os piratas e os vampiros. Quem poderia imaginar que os dois fariam uma mistura tão atraente? Lá fora, a série já com quatro títulos tem feito bonito na lista dos livros que mais fascinam a garotada européia, principalmente na Inglaterra e na Itália.

Os irmãos Connor e Grace sempre ouviam, antes de dormir, um canção que seu pai cantava; em belos versos o faroleiro cantava a fama dos Vampiratas e o seu barco fantasma. E agora irão conhecer os dois lados, ou como dizem os seus conhecidos lá da Baía: "se piratas são ruins, e vampiros, pior, então rezo para que enquanto eu viver, não chegue a um Vampirata ver!". O autor intercala o livro, em capítulos alternados, após a separação dos irmãos, utilizando o ponto de vista de cada um. Connor começa a aprender a arte da pirataria com uma grande e assombrosa rapidez. Já Grace investiga alguns estranhos costumes que tinham os piratas que a salvaram. Por que só trabalhavam de noite? Por que não os via de dia?

O leitor testemunhará o crescimento dos irmãos quando são forçados a se separarem pela primeira vez. Cada um em um navio diferente, em sociedades estranhas daquela que conhecia, não se esquecendo um do outro, e a lealdade e devoção que passam é um dos pontos fortes do livro. Outros são os personagens, os dois capitães dos navios, o Capitão dos Vampiratas, com uma sombriedade quietante e Capitão Molucco Wrathe, um brincalhão impaciente e nervoso. Porém, um detalhe não passa desapercebido, o livro traz piratas do ano 2502, em um futuro muito, muito distante, e uma ambientação que ainda é dos séculos XVII e XVIII, com galeões e escunas, trajes da época, alfanjes, cutelos e espadas. Mas o autor pode ter suas razões em construir a história neste cenário, não vamos nos precipitar criticando, vamos aguardar o próximo título da série para melhor avaliar. Por enquanto, uma história fantástica, com drama e ação juvenil e com bastante mistérios para serem desvendados nos próximos livros da série.

O Autor
Justin Somper
 nasceu e cresceu em St. Albans, no Reino Unido. Depois de se licenciar na Warwick University, trabalhou como publicitário na Puffin Publishing e, mais tarde, na Random House Children's Books. Há oito anos, fundou a Just So, uma empresa de publicidade e consultoria voltada para o mercado do livro infantil e juvenil e, desde então, tem sido um dos mais importantes e aclamados publicitários na área do livro para crianças e jovens no Reino Unido. Vive atualmente em Londres, conciliando o seu trabalho como publicitário com a sua recém-criada carreira literária.

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