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Resenha: O Império dos Dragões
Por Cadorno Teles
31/08/2007

Em seu novo romance, O Império dos Dragões (L'Impero dei draghi, tradução de Mario Fondelli, Rocco, 320 páginas, R$ 46,50), o italiano Valerio Massimo Manfredi narra uma jornada épica que mistura fatos históricos com fictícios. Em 260 d.C., na região que separa a Ásia da Europa: a Anatólia, o cerco persa esgota a resistência da cidade romana de Edessa. Liderados por Shapur I, os persas esperam uma delegação para negociar a paz, guiada pelo próprio imperador romano Públio Lícinio Valeriano. Contudo, a negociação não acontece, o encontro é uma armadilha para capturar o líder máximo dos romanos. Como de praxe nos livros de Manfredi, o leitor encontrará sua habilidade de casar História com ficção de aventura, como já fez em Akrópolis, a trilogia sobre Alexandre, o grande.

Capturado, junto com dez de seus homens, de sua guarda pessoal liderada por Marcos Metelo Áquila. O grupo é levado acorrentado para uma mina de turquesas, no meio da Pérsia, um garimpo terrível, onde poucos escapavam com vida, chamada Aus Daiwa. Ali, padecem terríveis sofrimentos, em meses, de esforços desumanos, de privações e humilhações, que levam dois membros daquela comitiva atraiçoada, um cristão de nome Emílio e o imperador, que esperava o resgate de seu filho, Galieno, e descobre no fim da vida, que fora ele que o abandonou naquele inferno para assumir o trono imperial. Marcos consegue manter a coragem e a disciplina de seus homens apesar dos sofrimentos suportados a duras penas. Ajudados por Uxal, um velho escravo, conseguem milagrosamente fugir das minas e atravessar as terras persas graças à colaboração de Daruma, um mercador indiano que esperava em um oásis, um misterioso personagem também perseguidos pelos persas. Um príncipe chinês, Dan Qing, que os contrata como sua escolta, que os levam a uma jornada pelas florestas da Índia, os desertos da Ásia Central até o coração da China.

Os homens de Taqin Guo – o Império Romano – entram no Império dos Dragões, armados com seus gládios e sua virtus – o orgulho e a honra de todo cidadão romano. E encontram inimigos tão compenetrados e velozes, que somente táticas militares romanas poderiam fazer frente ao Tao e às artes marciais. Revivem assim, as façanhas da Legião Perdida que, trezentos anos antes, se aventuraram naquela inóspita terra. Narrativa magnífica, que usa de fatos verídicos, como a captura de Valeriano pelos persas ou da missão chinesa de entrar em contato com o soberano de Taqin, o lendário império do Extremo Ocidente, além da hipótese levantada recentemente por historiadores da presença de soldados romanos na China. O "Indiana Jones" italiano, como Massimo Manfredi é conhecido, faz de sua história um encontro de indivíduos de dois grandes impérios, que na época sofriam problemas políticos e de invasões bárbaras.

Uma história com belas descrições de paisagens exóticas, além das cenas de ação, que une os preceitos marciais chineses e a rigidez militar romana em seus personagens. Carregando amizade e honra, temas clássicos, Valerio Massimo constrói uma das melhores recriações de um livro histórico de aventura. Ótima leitura.

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