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Resenha: Märchenmond
Por Cadorno Teles
30/07/2007

Considerado o Tolkien alemão, Wolfgang Hohlbein ficou famoso por mais de duas centenas de livros escritos, todos ambientados nos gêneros de ficção científica, de fantasia ou de horror. Um dos mais produtivos escritores da atualidade, traduzido para vários idiomas, foi eleito em 2004 o autor do ano em seu país. Finalmente, uma de suas séries mais famosas chega ao Brasil, Märchenmond, uma trilogia de grande sucesso entre os jovens e os adultos da Alemanha, uma aventura em um universo fantástico pela imaginação de um pré-adolescente.

Já foram publicados dois volumes da trilogia: A terra das florestas sombrias, de 2006 (Märchenmond, tradução de Elisabeth Loibl, 360 páginas, R$ 39,90), e o recente Os filhos das terras sombrias (Märchenmonds Kinder, tradução idem, 432 páginas, R$ 44,90). Escritos em parceria com sua esposa, Heike, em 1982, foi o primeiro sucesso desse prolífero autor e que alavancou sua carreira ao status atual. Contudo, a crítica freqüentemente coloca sua obra como um trabalho que aproveita sempre as mesmas idéias, com poucas mudanças, mas que vale, como o famoso crítico alemão Ulrich Greiner interpela, por ser uma mistura da novela gótica inglesa e o romance alemão.

Apesar disso, a série Märchenmond, ganhadora de um concurso literário lá pelo ano de 1981, é considerada seu melhor trabalho; com certeza a participação feminina deu ao obra um lado harmonioso e conciliador entre a linguagem infantil dos contos de fadas e a linguagem adulta dos contos a la Tolkien, Lovecraft e Poe que Wolfgang escreve. No primeiro livro, A terra das florestas sombrias, se apresenta o mundo de Märchenmond, seu protagonista, o garoto Kim, e a jornada que o menino terá de fazer para salvar sua irmã, Rebekka, que teve sua alma aprisionada pelo o Senhor das Trevas, Boraas. Com a ajuda do mago Temístocles, irmão gêmeo de Boraas, um gigante, um urso e um dragão irão agregar de forças aliadas para o confronto final contra o mal. Apesar dos estereótipos, a história coloca um menino que, confuso, descobrirá a coragem e a força suficiente para encarar a luta e também a aceitação de seus medos e pesadelos mais profundos. Com uma linguagem simples, a narrativa possui densidade e mistério, como no momento em que os autores criam o estado da irmã de Kim e o castelo que seu espírito está aprisionado, "o corpo dela dorme, mas seu espírito está acordado", além de uma boa porção de humor, como nas implicâncias e picuinhas do urso Kelhim e do gigante Gorg.

Já no segundo volume, Os filhos das terras sombrias, recém lançado no Brasil, Kim se vê em seu mundo, onde de repente, e por todos os cantos da Terra, aparecem crianças-zumbis. Logo, o mago Temístocles aparece para Kim, e pede para ele retornar a Märchenmond, onde poderia achar a resposta para o mistério das crianças. Chegando, nota que o mundo que tinha conhecido da primeira visita está totalmente transformado, decadente, devastado e sombrio, bem diferente do lugar alegre que havia ficado em sua lembrança. Além de todas as crianças estarem desaparecidas, seus habitantes estão mais sombrios, com o seu lado maligno sobreposto ao que tinham de bom. Uma nova jornada se inicia, mais perigosa, pois a terra estar sendo conquistada por estranhas criaturas de metal, com os já conhecidos companheiros e novos amigos, como Bocadinho, um gato mutante horrível de noite e belo de dia. Em meio a piratas e à nação dos anões, Kim terá que ser imparcial na guerra deflagada e que terá que demonstrar que a verdade estar dentro de cada um dos seres envolvidos na batalha final.

Há uma certa comparação como o mundo criado por C.S.Lewis, contudo Märchenmond possui sua própria mágica e uma boa distribuição de caracteres em seus personagens. Uma fantasia emocionante, construída para leitores de todas as idades, com uma narrativa mágica, cheia de mistérios e obstáculos e com direito a lições morais e de sabedoria.

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