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Por Cadorno Teles 03/07/2007
Ray Bradbury, escritor norte-americano de ficção científica, publicou a partir de 1945 uma série de contos ambientados no planeta Marte, criticando essa forma de descoberta, com conquista discriminatória. Era o livro As crônicas marcianas (The Martian Chronicles, tradução de Ana Ban, 304 págs., R$ 13,00) que se tornou um dos clássicos do gênero, que retorna ao público leitor brasileiro, com uma edição pocket da editora Globo, acompanhada com uma proposta de trabalho para a sala de aula. Além de uma apresentação especial do mestre argentino Jorge Luis Borges, grande escritor de histórias fantásticas. Publicadas originalmente em pulp-fictions, Bradbury reuniu os textos em livro somente no início da década de 1960. São 26 relatos em forma de contos da colonização de Marte, por humanos vindo da Terra em guerra e os conflitos entre os nativos marcianos e os novos colonizadores, que provocará a queda da civilização marciana e a extinção de sua raça. Apesar dos relatos não possuírem um fio condutor fixo, o contexto temporal intermita como referência aos leitores. Em um futuro distante, para a época que Bradbury os escreveu, um período que vai de janeiro de 1999 a outubro de 2026. Deixando uma mensagem bem atual, de preservação social e ambiental, o escritor, considerado ao lado de Isaac Asimov, George Orwell, Aldous Huxley e Phillip K. Dick entre outros como um dos grandes escritores do gênero, consegue mostrar o lado destrutivo, xenófobo de nossa sociedade, dando maior ênfase na sociedade norte-americana, em personagens como o conquistador febril que não respeita nada, bem parecido com nossos capitalistas vizinhos em suas disputas de mercado, o religioso convencido de salvar almas, o arqueólogo protecionista e fascinado pelo novo, o militar dividido entre o dever e a consciência... Ray Bradbury escreveu As crônicas marcianas de forma sucinta e crítica, os dramas familiares entre visitantes longínquos e os nativos, o choque de culturas, com o suspense e terror, característicos de sua obra. Marte, um planeta deserto que ajuda a mergulhar nos temores e nos mistérios da alma humana. Um clássico que ainda figura com sua mensagem atual, a denúncia da estupidez humana. |
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