Em 2001, o mundo conheceu o ogro Shrek e um novo conceito foi criado: animações não são produtos exclusivamente voltados para as crianças, como já vinha sinalizando por vários anos o seriado Os Simpsons. Seguindo a tendência, Shrek Terceiro (Shrek The Third) é definitivamente a mais adulta produção da franquia – que será ampliada com o lançamento do filme sobre O Gato de Botas e com Shrek 4 nos próximos anos.

A maior diferença trazida pelo novo filme é a quantidade maior de tramas paralelas – o que faz todo o sentido, já que o roteiro é mais voltado para o público mais crescidinho. Com a morte do rei Harold, Shrek é o próximo na linha de sucessão ao trono. O problema é que o ogro não quer assumir as responsabilidades reais e abandonar seu pântano e vai atrás do primo de Fiona para que ele assuma a coroa. Fiona está grávida e a insegurança de Shrek em relação à paternidade é mais um problema. Enquanto isso, o Príncipe Encantado reúne todos os vilões de contos-de-fadas para que eles também tenham direito a um “felizes para sempre”.

As piadas seguem o tipo de humor já estabelecido pelos longas-metragens anteriores, mas as crianças não entenderão um número maior delas. As situações cômicas são criadas utilizando as mesmas fórmulas que já foram exploradas no passado, o que poderia deixar o filme com poucas novidades, não fossem os novos personagens incorporados. O destaque fica para Merlin – na voz do veterano do Monty Piton Eric Idle –, que no filme tem sérios problemas de autoconfiança e não é muito certo da cabeça.

Os demais personagens novos que colaboram para a comicidade do filme são: as princesas interpretadas por Cheri Oteri, Amy Poehler e Maya Rudolph (as três vindas do programa Saturday Night Life), e Artie, o primo fracassado de Fiona que tem a voz de Justin Timberlake. Assistir a Shrek Terceiro com certeza é um bom programa, mas o conselho é para que o público não espere que esse seja o melhor da franquia.