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Por Cadorno Teles 06/06/2007 Os vampiros "saem do caixão" Com um argumento que não chega a ser novidade (há dezenas de narrativas que tratam da chegada ao nosso mundo de seres que passam a formar parte de nossa sociedade), Harris cria com os ícones do terror uma história que mescla elementos de vários gêneros: o terror propriamente dito, o mistério, a aventura e o fantástico em uma história atraente aos leitores jovens, porém certamente não agradará tanto aos fãs do gênero – aquele no melhor estilo Anne Rice (Entrevista com o vampiro) -, pois os pequenos detalhes da narrativa são bastante questionáveis, como por exemplo, o sangue vampírico, rejuvenescedor da estética, ou o absurdo vírus vampírico da AIDS. A história se passa em uma pequena e pacata cidade de Louisiana, Bon Temp. Um povoado afastado, de características rurais, onde nunca acontece nada, e quando há alguma novidade se vive intensamente, com a curiosidade e a expectativa típica que o novo desperta em pessoas acostumadas a ter poucas emoções e menos surpresa. É nessa tranqüila cidade que vive a protagonista da história, Sookie Stackhouse, uma bela e atraente moça de 25 anos, que trabalha como garçonete em um bar. Uma jovem normal, se não fosse o peculiar incoveniente de ser uma telepata, que lembra a personagem Suzannah Simon da série A mediadora, de Meg Cabot. Um dom que para Sookie é uma tortura, pois por causa de sua capacidade de ler a mente das pessoas, não consegue se envolver com nenhum homem; todos os moradores a considera excêntrica ou louca, sem entender ou assimilar que possui essa qualidade. Devido aos problemas causados por seus poderes, ela aprende a levantar barreiras mentais que impedem escutar o pensamento dos outros. Mas uma série de misteriosos e macabros assassinatos começa a ocorrer na cidade. Seria Bill o culpado? Ou um serial killer? Ou um outro vampiro? Ou alguém que queira incriminar os vampiros? A crescente teia de dúvidas e desconfianças faz de Sookie e Bill os principais envolvidos em solucionar o mistério e as intrigas causadas pelos crimes. Com um enredo à la Buffy, a caça-vampiros ou Angel, Charlaine Harris elabora um texto que simplifica os mitos do terror, mas que desenvolve seus personagens psicologicamente, de maneira bem próxima da realidade, apesar de se tratar de uma história vampiresca. Poucos autores combinam, de maneira tão sutil, os elementos do mundo real ao fantástico, no caso o estado rural onde acontece a história, o conteúdo romântico e de mistério, uma protagonista com certo enfoque feminista, seus interesses e sua relação amorosa com cenas bem picantes de sexo, atrelado ao mito intrigante e de suspense que o vampiro possui em sua própria formação. Com humor, Charlaine Harris faz desse livro, que se tornará seriado de TV brevemente, uma aventura juvenil, dando uma nova perspectiva a um gênero freqüente na mídia. Contudo, poderá não chamar a atenção dos fãs do terror. |
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