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Resenha: ZigZag
Por Cadorno Teles
18/05/2007

Algo entre um objeto e uma criatura fôra libertado. Uma aparente ilusão, mas com a essência sólida da fúria em si. Um ser inimaginável solto, com um único desejo: matar. Esse estranho personagem é um dos pontos que mais chamam a atenção do leitor em ZigZag, lançamento da Relume Lumará (tradução de Maria Alzira Brum Lemos, 384 págs., R$ 49,90), do escritor cubano naturalizado espanhol José Carlos Somoza. Em meio a Dan Brown e Michael Crichton, Somoza segue a linha que mistura vários assuntos, como ciência e história, em intrigas e suspense. Nesse thriller, mescla um pouco de terror, com elementos de ficção cientifica e de um bom romance policial, pois os personagens terão que descobrir a identidade de um estranho assassino, similar, por exemplo, ao perseguidor invisível no clássico filme Planeta Proibido (Forbidden Planet, 1956).

A narrativa da trama é centrada em Eisa Robledo, uma jovem professora de física teórica, que participou de um projeto há dez anos, em 2005, que reuniu cientistas de várias nacionalidades, uma equipe heterogênea de um teólogo a um matemático. Na época, Elisa era aluna bolsista do renomado David Blanes, físico cuja análise, baseada na Teoria das Cordas, onde todas as partículas de luz estão unidas independentes do tempo e do espaço, e o grupo realiza algumas experiências, que poderão desestabilizar não somente as agências de espionagem do planeta, mas como toda a História conhecida. O experimento é uma chave para o passado: através de mecanismos que aprisionam imagens em partículas de luz, é possível se tornar testemunha ocular de acontecimentos como a extinção dos dinossauros ou a crucificação de Jesus Cristo. Contudo, algo de estranho aconteceu, alguma coisa foi libertada e, uma a uma, as pessoas que participaram do experimento são assassinadas de formal horrível.

E Eliza, em 2015, se vê perdida entre o passado e o medo da morte. Tenta assim encontrar respostas ao que aconteceu: Qual era o efeito do experimento para com os envolvidos? Onde estavam os sobreviventes? O que era o estranho espectro que a perseguia? ZigZag é um thriller impactante e forte, chegando a não agradar os menos acostumados com cenas brutais, como quando o assassino estripa suas vítimas de uma forma diferente e insana. Com reviravoltas em torno de quem é o assassino, a narrativa se desloca lentamente, mas chega a uma velocidade envolvente do meio para o fim, ziguezagueando com as rápidas mudanças na trama e com os personagens envolvidos.

Somoza, um dos escritores mais lidos na Europa e América Latina, cria um tema bem interessante nesse seu novo livro. A possibilidade de contemplar cenas importantes da História é um dos pontos cruciais de Zig Zag, que também aponta uma reflexão ética para com os limites da ciência. Um bom romance, que entretém o leitor como um filme recém-chegado às telas de cinema. 

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