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Por Humberto Yashima 27/04/2007 No Rastro Mutante (Editora Corifeu, 130 págs.), de Alner Vespar – pseudônimo do mestre em engenharia biomédica pela USP e pesquisador Alessandro Cavina Marroni -, é uma aventura estrelada por super-heróis, com todos os elementos clássicos das HQs do gênero. Os personagens principais da história são mutantes com habilidades especiais, que acabam se reunindo para aprender a lidar com seus estranhos poderes. Mas o destaque maior é dado ao jovem Torben Vidovix, que possui a capacidade de converter vibrações e sons em poderosas ondas de choque. Seus pais foram assassinados e seu irmão foi ferido por um inimigo de seu pai e Torben só pensa em vingança, mas sua atitude começa a mudar após um encontro com a Dra. Elisabete Peres, uma pesquisadora de mutação genética e paranormalidade. Elisabete convida Torben para viver em um sítio chamado O Refúgio, juntamente com ela (sim, a doutora também é uma mutante) e outras pessoas com dons fora do comum. O local é habitado - em alguns casos, apenas freqüentado - pelos gêmeos siameses Cosme e Damião, além de João, André, Mônica e Alexandra; a mãe dos gêmeos, Teresa, também vive no sítio e ajuda a cuidar do mesmo. À primeira vista, a história é apenas uma versão brasileira dos mutantes X-Men, inclusive com a utilização de codinomes (Torben=Impacto, Elisabete=Cura, Cosme e Damião=Ômega, João=Montanha, André=Lux, Mônica=Carga Elétrica) e uniformes pelos integrantes do grupo, com exceção de Alexandra, que não quis participar da equipe de buscas criada para encontrar outros mutantes no Brasil. Felizmente, apesar dos vários pontos em comum com as aventuras dos heróis criados por Stan Lee e Jack Kirby, os mutantes brasileiros têm identidade própria e a trama de No Rastro Mutante é bem desenvolvida por seu autor. A narrativa é repleta de detalhes, explicando (com embasamento científico) os poderes de cada um e utilizando um tom mais dramático - com leves pitadas de humor –, como o da maioria dos filmes recentes baseados em super-heróis (trilogias X-Men e Homem-Aranha, por exemplo). A história se encerra deixando “ganchos” para serem aproveitados no Vol. II – A Guerra Branca e Vol. III – A Pasta Rosa, livros inéditos citados na biografia do escritor no final da obra. No Rastro Mutante mostra que pessoas consideradas “diferentes” podem se revoltar contra o mundo ou aprender a viver em harmonia com ele. Afinal, mesmo possuindo qualidades e defeitos, somos todos humanos. |
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