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Por Leonardo Santana 02/04/2007 A primeira coisa a nos chamar a atenção na revista independente Avenida #1 é a sua excelente programação visual, regida por Wellington Marçal: original, leve, marcante. Eu gosto de chamar atenção para esse fator porque é importante que o leitor tenha uma experiência única ao ler uma revista de Histórias em Quadrinhos, e isso deve ser passado em todas as páginas de uma revista e não apenas nas HQs. Mas uma revista com um bom design e sem HQs boas funciona ainda menos para o leitor. E é nessa combinação que Avenida nos mostra como uma boa revista em Quadrinhos deve ser. Na primeira HQ, Olhos de quem vê, o cenário-universo da revista, a própria avenida, nos é apresentado de uma forma bastante inusitada. Rui Silveira, autor do roteiro e dos desenhos, tem um bom traço, com angulações ousadas, e soube construir essa história que nos faz refletir sobre a importância da integração entre todos os seres vivos. É uma HQ simples que, porém, nos convida a parar e pensar um pouco. Amor à primeira vista?!?, também assinada por Wellington Marçal, é uma divertida busca realizada pelo personagem “primo biu” – que se assemelha a uma simbiose de um mestre de obras com um playmobil – a uma linda garota que mora no alto de um edifício. Bons desenhos, boa história e excelentes gags garantem o riso e a diversão nesta HQ. A última HQ, O tiro da salvação, de André Caliman (Quadrinhópole), reforça ainda mais a idéia de como nossas vidas estão interligadas, mesmo que não percebamos. O trabalho de Caliman é excelente, conduzido com extrema competência e riqueza de detalhes, fechando com chave de ouro a revista. Para terminar, só mais um comentário a respeito de outra grande sacada da revista: os personagens de uma HQ estão sempre aparecendo nas HQs dos outros personagens, tornando a leitura ainda mais divertida na medida em que - como nos filmes em que o próprio diretor de cinema Alfred Hitchcock aparecia em participações especiais – ficamos procurando esses adoráveis “intrusos”. Avenida #1 é mais um excelente trabalho nacional que pode apontar, com grande orgulho, o próximo passo dos Quadrinhos brasileiros: publicações independentes com qualidade gráfica e visual competitiva e HQs acessíveis a todos os leitores. |
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