Sonho Drenado?
Em
Vampiros - A Verdade Oculta (Madras, 152 págs., R$ 29,00), do ocultista
Kostantinos, o mito e a realidade do vampirismo é apresentado como um tratado completo sobre o assunto, um livro que olha para todas as realidades do vampiro em detalhes e, segundo o autor, separa de verdade a figura vampírica da ficção. O autor relata com racionalidade o estudo científico feito por diversos trabalhos, fazendo do seu livro uma exposição livre de noções pré-estabelecidas pela ficção sobre o individuo vampiro, expondo seus hábitos e estilo de vida.
Konstantinos faz uma trajetória histórica do mito, apresentando os quatro tipos de vampiros considerados pelo ocultismo: os antigos mortos-vivos do folclore, os mortais bebedores de sangue contemporâneos, e os vampiros psíquicos intencionais ou não. Os vampiros fazem do livro de Konstantinos um bom e interessante trabalho, com uma boa narrativa fácil de se ler. O escritor, que há mais de quinze anos pesquisa assuntos relacionados ao ocultismo e escreveu diversos livros a respeito do oculto e do gótico, consegue criar, em seu livro, uma visão bem diferente que temos, introduzindo o assunto ao leigo e à verdade oculta. Como o próprio título diz, o livro é sobre um fenômeno conhecido por todos; de onde são, que indivíduos famosos da história inspiraram a opinião moderna e formaram os mitos dos vampiros, e as diferentes visões do mito em outras partes do mundo.
Um misto entre o ceticismo e a opinião, especialmente quando o autor coloca os contos históricos sobre os vampiros "reais" e evidências sobre a existência de vampiros nos dias de hoje; para ele o folclore distorceu muito dos fatos reais, e com o livro tenta desmistificar o que a ficção causou. Contudo, esse ceticismo não dura todo o livro. Assim que se inicia o capítulo relacionado aos vampiros psíquicos - aqueles vampiros que preferem se alimentar da energia humana em vez do sangue humano – a perspectiva anterior muda de repente. De cético e crítico, Konstantinos torna-se um fiel e crente conhecedor dos ataques psíquicos destas criaturas e delas próprias. Como na carta que uma vampira escreve para ele: "Ser vampiro não faz de mim uma pessoa maligna. Eu nunca feriria alguém intencionalmente para obter sangue, ou para qualquer outra razão, aliás. Pelo contrário, encontrarei doadores que me deixam tomar sangue deles de outras maneiras. Quando eles não desejam ser mordidos por mim, uso por bisturi estéril. Apenas algumas gotas de sangue (...) para me satisfazer (...) Nós, vampiros, não somos necessariamente pessoas más, e gostaria que outros soubessem disso (...)".
Um livro que agradará, apesar do ceticismo inicial e da crença final para com essas criaturas da noite, lembrando que o próprio autor comenta que mesmo algo tão estranho como o sobrenatural merece ser pesquisado antes de ser creditado. O leitor pode não concordar com suas idéias, mas se surpreenderá com a leitura de um tratado que a comunidade científica pode considerar um absurdo, mas que o autor ampara em uma pesquisa bem feita e verdadeira. Vampiros, fato ou ficção: descubra a verdade por trás do mito que se recusa a morrer... ou seja atacado por um!
* Cadorno Teles é escritor amador e colabora com resenhas de livros para os sites Amigos do Livro e Armazém Literário