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Por Humberto Yashima 16/03/2007 Insetos sempre foram uma ótima inspiração para os roteiristas e desenhistas de Histórias em Quadrinhos, que imaginaram super-heróis como o Besouro Azul, o Homem-Formiga, a Vespa e o Homem-Grilo (este criado no Brasil por Cadu Simões); o Homem-Aranha não conta, pois é um aracnídeo, não um inseto. Outro herói-inseto agora pode ser conhecido pelo público brasileiro no álbum O Traça (The Moth), publicado pela Pixel Media, que reúne todas as suas aventuras publicadas até o momento. Steve Rude (Os Melhores do Mundo; Nexus) criou o visual do seu personagem-inseto para uma coleção de cards em 1993, mas ele ainda não tinha uma origem nem um passado, enfim, era apenas um homem vestido com um uniforme estranho; todos os elementos que compõem as HQs do herói foram elaborados mais tarde por Rude em parceria com o roteirista e arte-finalista Gary Martin. A dupla produziu a primeira história do personagem, intitulada O Traça, para a revista Dark Horse Presents #138, lançada em 2004; foram apenas oito páginas, com arte-final de Andy Bish. Em sua primeira aparição (que é a segunda HQ do álbum), o herói demonstra suas habilidades acrobáticas (e esperteza) para acabar com duas gangues rivais. Com o sucesso da sua HQ de estréia, o Traça ganhou um especial (The Moth Double-Sized Special, 2004) que narra com maiores detalhes o cotidiano e um pouco do passado de Jack Mahoney, um órfão que foi criado em um circo e se tornou acrobata. A HQ Não contra carne e sangue! (a primeira do álbum, pois contém a origem do personagem) mostra o Traça enfrentando um lendário homem-leão com o auxílio de uma gangue de motoqueiros; seus companheiros no circo também são apresentados nesta história. Em seguida foi publicada uma minissérie em quatro partes (The Moth # 1 a 4, 2004), com as HQs Doce Terra da Liberdade, Liberdade e Justiça para Todos, O Preço da Liberdade, e Encrencas ao Cubo, onde o Traça quase é morto por um caçador de recompensas, conhece a heroína Liberdade Americana, ajuda a salvar o pai de Liberdade das mãos de gângsteres, e tenta capturar um trio de ladras com habilidades incomuns. O destaque dado nas HQs para os bastidores da vida circense é uma das grandes atrações de O Traça, que mescla aventuras com doses de drama e humor. O fato de Jack se dedicar tanto ao seu irmão Tad, um simpático anão que precisa de cuidados especiais, dá “vida” à HQ, da mesma forma que o “triângulo amoroso” formado por Jack, Sofia (a “mulher-barbada” do circo, na verdade uma bela tailandesa com uma barbicha) e Liberdade Americana. A excelente arte de Rude só merece elogios, com seu estilo retrô que muitas vezes lembra o do Mestre Jack Kirby. O caprichado álbum da Pixel tem ótima impressão, interessantes textos de Apresentação (do editor Odair Braz Junior) e Introdução (de Sean Fahey, editor da Thor’s Comic Column CHUD.com), Uma palavra de Steve Rude (onde o autor fala sobre sua criação), e o “conto ilustrado” Pote de Mel da Morte, por Jack Mahoney. Dois pequenos erros aconteceram em O Traça: na segunda página da HQ Liberdade e Justiça para Todos (segundo quadro), faltou uma palavra em um balão – divertido, talvez; e na décima terceira página da HQ O Preço da Liberdade (quarto quadro), faltou a palavra criança – pelo menos é a que mais parece se encaixar no texto. Deslizes que não comprometem a qualidade da publicação, que merece ser conhecida. |
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