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Resenha: Oigo #1
Por Will
07/03/2007

Se uma boa História em Quadrinhos tem de ter ação, aventura, suspense, humor, um pouco de erotismo, além, é claro, do imprescíndivel roteiro inteligente, então, Oigo #1(já noticiado aqui) de Diego J. (José) tem.

O personagem do título é um jovem dotado de super-força e sentidos aguçados que é contratado por um “Senhor Misterioso” - é esse o nome mesmo do cara - para resgatar um “corpo”. Daí a coisa se complica: com a ajuda do amigo Mac, expert em computador, Oigo, também conhecido com Sr. Oretachi, enfrenta a polícia, é perseguido por uma esfera mecânica com tentáculos, causa um monte de confusão nos lugares por onde passa na sua fuga e vai parar numa cerimônia de casamento. A ação não para por aí, temos mais uma luta e o desfecho do resgate, com o herói salvando o dia, não sem passar por maus bocados.

Bom até aqui, ação e suspense, onde entram o humor e o erotismo? Entram no meio disso tudo; acontece que Oigo tem preferência, diria até fixação, por uma certa parte da anatomia superior feminina, e não estou falando do rosto, parte essa da qual ele, aparentemente, retira os seus “poderes”. Todo esse universo ainda não se explica neste primeiro número da revista, mas o criador promete esclarecer tudo no decorrer das edições futuras, pistas já foram deixadas. A próxima já está em fase de produção.

Diego J. não esconde sua predileção pelo estilo mangá, mas não prevalece, ele mesmo afirma que bebe em outras fontes para construir o seu trabalho. Seu desenho, bem movimentado, valoriza as cenas de ação abusando dos closes e enquadramentos diversos, mas sem perder de vista os cenários e a ambientação da história. Apesar de algumas páginas conterem muitos quadros, a narrativa não é prejudicada, o autor usa tudo a seu favor e do leitor, que consegue acompanhar perfeitamente o enredo.A edição é bem cuidada, tanto na produção visual quanto na impressão, é a típica publicação, muito comum no meio dos Quadrinhos independentes, de um homem só, onde o autor faz tudo: escreve, desenha, arte-finaliza, diagrama e distribui. Este primeiro número vem ainda com duas pin-ups, uma de Beto Machado e outra de Paulo “Arrhenius” Italo, e um histórico sobre o autor.

É mais um talento despontando no cenário da HQ nacional e já chega com qualidade, apresentando um ótimo trabalho. Recomendo, vale o preço.

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