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Entrevista: Jack Santiago, o Doutor Estranho do Heavy-Metal!
Por Hamilton Tadeu* e Marcio Baraldi
16/02/2007

Jack Santiago (foto acima) é uma figura folclórica no meio rocker–quadrinhístico de São Paulo. Além de ser o vocalista e fundador da histórica banda Harppia, uma das pioneiras do heavy-metal brasileiro, lá no início dos anos 80, Jack também é um apaixonado por Quadrinhos e chegou até a trabalhar na histórica Livraria Comix, de São Paulo. Colecionador de Histórias em Quadrinhos, mestre das artes místicas e participante do grupo embrião que originou a revista Rock Brigade, Jack Santiago merecia há muito tempo uma entrevista como esta. Arrefestelem-se nas cadeiras, caros amigos, e preparem as pipocas como se fossem assistir a um filme clássico. Pois é isso mesmo que Jack Santiago é: UM VERDADEIRO CLÁSSICO!

Baraldi – Que dia é hoje? Dia dezoito, né?

Hamilton – Mas não precisa falar o dia da entrevista, pô (risos)!?

Baraldi – Precisa sim, é dia dezoito de novembro. Que dia você faz aniversário, Jack?

Jack – Dezoito de julho.

Baraldi – Então é canceriano! Canceriano com lar. É diferente do Raul Seixas, ele é um canceriano com lar aqui na Vila Mariana (bairro de São Paulo – nota do editor) e é meu vizinho. Estamos na casa dele que é uma casa muito louca ao lado de um terreno muito louco (risos)! O grande Jack Santiago, vocalista do Harppia, vai contar todos os segredos a história dele, por que ele fez história no Metal brasileiro. E ele tá devendo um discão novo do Harppia faz tempo. Ele vai explicar porque não soltou esse disco ainda (risos).

Hamilton – E ao contrário da entrevista que fiz contigo e com o Bira ao mesmo tempo, ele não ofereceu jintam e sim cerveja e guaraná.

Baraldi – Pois é... aqui é casa de macho, velho(risos)! Bem, vamos começar falando da origem secreta do Jack, de quando você soube que sabia cantar, quando você descobriu o Rock’n’Roll e os gibis.

Jack – Os gibis foram a minha tábua de salvação por assim dizer, curtia muito, tanto é que eu colecionava mais de 20 títulos na época da editora Ebal. Eu e um amigo íamos no distribuidor da Ebal, que era o Modesto, e como os gibis eram mal distribuídos na época encontrávamos os títulos numa banca e um pouco nas outras. Íamos mensalmente lá para pegar títulos como Jonah Rex. O que mais você perguntou, Baraldi?

Baraldi – Quando você aprendeu a cantar, e quando você ouviu seu primeiro Rock na vida?

Jack – O lance foi meio assim, eu ouvi o disco Never say die do Black Sabbath emprestado por um amigo e daí começamos a ouvir Rainbow e outras paradas. Eu morava no bairro do Cambuci e tinha uns 18 anos.

Baraldi (surpreso) – Mas você foi ouvir Rock pela primeira vez com dezoito anos?!?!

Jack – Foi sim. O que eu gostava muito era do velho, clássico e bom funk como o James Brown, Kool and The Gang, etc.

Baraldi – Você era daqueles que pegou os embalos de sábado à noite, da disco-music, né? Você era daqueles moleques que colocava suspensório e ia dançar na discoteca (risos)?

Jack – Suspensório não, mas ia dançar sim.

Baraldi (rindo) – Conseguimos arrancar um grande segredo do Jack. Onde você dançava?

Jack – Era na casa dos amigos, o pessoal me procurava e tal. Tocava Earth Wind and Fire, Jackson Five e outros.

Baraldi – Foi uma época boa pra Black Music e eu acho muito melhor do que a de hoje em dia, você não acha?

Jack – Sim, e o lance do baixo. Quando fomos apresentados ao Black Sabatth, a primeira coisa que fizemos foi ouvir o Geezer Butler tocando aquele lance de baixo que era fantástico. Comecei a tocar com o Betão, que é irmão do Rui Alves, da pizzaria onde trabalho, e a banda se chamava Molotov.

Baraldi – No Rio de Janeiro tinha uma banda chamada Coquetel Molotov, que era uma espécie de Cólera carioca, tá ligado?

Jack – Eu sei. E daí fomos apresentados ao Hélcio Aguirra e começamos a banda Via Láctea, já que o Zé Henrique tocava bateria e o Rico, baixo. Isso foi por volta de 1981 ou 1982. O Zé Henrique toca até hoje e o Rico sumiu do cenário quando a gente começou com o Harppia. Depois entrou o Patriota no baixo, que é primo do Ravache e eles faziam cover do Rush na época e estavam sempre tocando nos colégios da região. Recrutamos ele no colégio Mackenzie. Eu era o mais moço da turma e agora dá pra vocês descobrirem a idade da gente (risos).

Baraldi – Você fez exército ou escapou?

Jack – Eu saí, pois era arrimo de família. E também achei bom, sabe.

Baraldi (rindo) – Você foi pro exército do Rock´n´Roll, o New Model Army!!!

Hamilton – Fale sobre como começou a sua paixão pelos Quadrinhos, seus personagens favoritos e se você chegou a pensar em ser desenhista.

Jack – Eu não pensava em ser desenhista e na escola eu era um bom desenhista na classe, mas não o melhor. Eu me destacava quando o melhor desenhista da classe não estava presente e assim ia ajudar a professora.

Baraldi – Você chegou a ganhar alguma mina com o desenho?

Jack – Não, não cheguei (risos).

Baraldi – Eu trocava os desenhos por um beijinho. Você era vacilão, cara (risos)!

Jack – Eram os textos que mexiam comigo, pois escrever é a minha praia. Inclusive tem um negócio aqui, esse fanzine chamado Dimensão, que tem uma matéria minha. Um fanzine editado pelo Carlinhos Mann e pelo Joel. Nem lembrava dele. Isso você não conhecia!

Baraldi (se surpreende de novo) – Nossa!!!! E é de 1989! Olha só quem editava, o Carlos Mann, Joel Cardoso e Paula Alkivinski. O Jack trabalhou na Comix, na banquinha que ficava na Alameda Lorena, lá nos Jardins, né? Como era aquela época?

Jack – Foi um período legal. Na época a banca se chamava Tiragem. Eu estava envolvido com lances culturais, artísticos e fazia muita divulgação, trabalhava com uma coisa que eu gostava de fazer. A gente vendia Histórias em Quadrinhos e éramos pioneiros no sistema de venda de livros de arte e vender Quadrinhos em faculdade, montando um stand pequeno como fazíamos na USP. Isso foi interessante, ainda mais agora que eu tenho visto o crescimento da Comix e os eventos extremamente organizados e enormes que eles fazem por aí, como a FestComix, e até gostaria de parabenizá-los através deste veículo por esses brilhantes eventos.

Baraldi – Então você deu sua contribuição pra Comix, não deu? Você é um cara que manja de gibi e quando o cliente ia lá você orientava o cara.

Jack – Dei minha contribuição e sabia informar, sim.

Baraldi – E você comprou muito gibi da editora Ebal? E esse papo de ser fissurado pela Legião dos Super-Hérois?

Jack – Eu tinha a coleção Invictus que trazia o Lanterna Verde e o Flash e aquilo era legal. Quanto a coleção, o caso é que eu descobri que sou apaixonado por grupos de heróis ou crossover de heróis. Tinha uma série do Coisa que ele contracenava sempre com outro herói (revista Marvel Two-in-one), tinha uma série do Batman encontrando outros personagem, desenhada pelo Neal Adams (revista Brave and Bold), que eu adorava! A Legião é fantástica e os Defensores também.

Hamilton – Mas você só foi conhecer o Baraldi em 2003 no lançamento dele.

Baraldi – A gente tem um karma com a Comix, já que você trabalhou lá e eu fiz o lançamento do primeiro livro do Roko-Loko em 2003 e fui te conhecer na Comix. Conheci o Bonadia (editor do site Strike Magazine e co-fundador da Rock Brigade na época em que o Jack fez parte da equipe da revista – nota de Hamilton Tadeu) também, veja que coisa interessante.

Hamilton – Só pra emendar, alguns colaboradores do zine são o André Forastieri, que hoje é um dos donos da editora Pixel, o Klebs Junior que é da Impacto quadrinhos, o Gualberto Costa, que é organizador do HQ Mix e o Mario Luiz C. Barroso que era da editora Abril. E há uns dez anos você trabalhava com cards.

Jack – Você lembrou bem. Quando saí da Comix eu montei uma sociedade com outro rapaz chamada King of Cards e chegamos a participar de convenções de Star Trek e Arquivo X. Trazíamos de fora bonecos importados da Marvel e DC, coisa que não tinha muito também e cards de Magic, pena que não durou muito tempo.

Hamilton – O Harppia foi uma das primeiras bandas a gravar pela Baratos Afins; fale sobre isso e compare a visão dos roqueiros de hoje com os dos anos 80.

Jack – Nos anos 80 havia um direcionamento pessoal de todos, imbuídos por alguma coisa meio cultural. Está certo que havia um pouco de ego em todos, até em mim, por ser astro do Rock. Hoje em dia o lado de acrescentar alguma coisa, o lado cultural se perdeu. A maioria não pensa nisso, só no ego, a música é mais pro lado do ego mesmo, do “eu sou o bom, eu sou um excelente músico” e nem sempre a parte artística denota esse tipo de coisa. Não tem ideologia. Eu nunca pensei nisso pra ganhar dinheiro, mas alguns de minha banda até que pensaram, eu fazia aquilo que tinha que fazer. Eu e o Ravache notamos nas tentativas de retornar com o Harppia nesses últimos três anos, que as pessoas têm carinho para conosco, como você, Baraldi. Tem novos fãs também, pessoas de 16 anos dizendo que adoram o Harppia. Eu fiquei bobo de ver que a gente se tornou uma banda cult, um referencial. Na época, o Luiz foi pioneiro com a Baratos Afins e eu fui atrás dele, amolei ele pra ele ver nosso show e aconteceu que ele tava com uma banda na Praça do Rock no dia que tocamos e ao ver nosso show gamou no nosso som, decidindo fazer um disco da gente.

Baraldi – O Luiz Calanca é um cara muito importante pra história do Rock brasileiro!

Jack – Extremamente importante. Com essa geração da Internet e tudo que está rolando talvez alguns não dêem o devido valor pra ele nesse pioneirismo, pois todos resolveram se enfiar em quartinhos e salinhas pra fazer suas gravações e na minha opinião, hoje em dia, não tem coisas tão boas quanto deveriam. Mas reconheço que nessa era que é uma Kali-Yuga (idade de Ferro, a pior das três eras Védicas – nota de Hamilton Tadeu) a arte boa é pra poucos.

Hamilton – Já que você falou da Praça do Rock, o que você lembra desse evento que acontecia no parque da Aclimação em São Paulo?

Jack – Praticamente eu e o Dalan Junior éramos alguns dos que ajudavam a organizar, junto com o Roberto Casseb, do Jornal do Cambuci e tivemos uma tentativa frustrante nesses últimos quatro anos, em que íamos semanalmente até a secretaria de turismo, de eventos e infelizmente não conseguimos realizar isso de novo. Tem outras bandas que tocam no parque de vez em quando, mas a Praça foi um período totalmente mágico. Inclusive eu quis homenagear naquela música que infelizmente não foi gravada, que é a Metal pra sempre, que falamos da Praça do Rock e um pouco das coisas que ocorreram lá.

Baraldi – Não foi gravado ainda, né, vacilão?

Jack – Digamos que a bruxa pairou sobre essa formação nova.

Baraldi – O que aconteceu? Tava indo tão bem, né, véio?! Quem era da banda?

Jack – Era eu, o Ravache, o Fabrício na bateria, o Fabiano numa guitarra e o Tom Romero na outra.

Baraldi – O Fabrício está tocando na banda Hirax, lá dos Estados Unidos, né?

Jack – O nome não sei se é esse, quanto a gravar, a maioria das bandas está colocando todo seu dinheiro pra gravar um disco. Eu nunca colocaria todo o meu dinheiro no Harppia, pois não foi assim que aprendemos. A gente sempre fez, porque sempre achamos que tinha um certo valor e tivemos uma decepção enorme, junto com outras bandas em relação à Frontline. Eles não cumpriram e eu saquei que não iam cumprir mesmo e antes de qualquer coisa pulamos fora antes da data expirar e o Luiz da Baratos Afins se ofereceu pra gravar. Só que as coisas não foram tão sérias quanto deveriam ter sido. Perdemos o outro guitarrista, o Tom Romero, que era muito importante pra banda. Eu me cansei também porque tinha que ficar uns meses se estruturando de novo e eu tinha outras coisas pra fazer na vida. Três shows nossos que seriam em seguida foram cancelados e eu tinha outros interesses na área de magia que foram realizados por um breve período.

Baraldi – Dá pra dizer que o Harppia existe ainda?

Jack – Sim, estamos parados, mas existe, pelo menos com o Ravache e eu na banda.

Hamilton – E como foi montar o Harppia?

Jack – Foi uma evolução da banda Via Láctea. Eu ficava sempre insistindo pro Hélcio que deveríamos tocar Heavy Metal porque era a nossa tendência, pois gostávamos de Black Sabbath, que foi nossa paixão inicial, e nós precisávamos de um baixista com a saída do Rico. Entrou o Marcos Patriota e ele tinha um baixo geminado numa guitarra, uma coisa engraçada, mas toda a vez que íamos fazer show tinha que carregar aquela coisa enorme. Chegou uma hora que eu convenci o Hélcio a fazer essa parada.

Hamilton – Como foi tocar com o Grave Digger?

Jack – O show foi no DirecTV e teve gente falando na última hora que não íamos tocar, fora alguns problemas com a chegada do dinheiro que o nosso patrocinador da época. Eu me indispus com o pessoal da organização e tive que ficar conversando várias horas com eles antes do show, enquanto todos estavam descansando e as pessoas não sabem disso. Só consegui relaxar um minuto antes do show começar. Concentrei com todo mundo e falei “Agora vai ser aquele show!” e levantaram-se as cortinas e fizemos, na nossa opinião, o melhor show de público e intensidade na nossa vida.

Baraldi – Eu lembro de uma resenha maravilhosa na revista Roadie Crew falando desse show.

Jack – E seguraram a imprensa uma meia hora durante o show, não deixando eles verem o show todo e teve um monte de coisa. Na época eu tive uma discussão com o organizador, o Paulo Baron, e hoje em dia me dou bem com ele, e ele reconheceu que a banda tinha sua importância. Como ele é de outro país ele não sabia quem era o Harppia. Eu lembro de ter dito à ele “Você vai ver o show e depois você me diz se somos bons ou não!”. Quando acabou o show ele me cumprimentou duas vezes. Fizemos algumas outras coisas, como no Moinho Santo Antonio em Curitiba com o UDO, onde fizemos um show de igual para igual. Até emprestamos um cabeçote pra eles, já que tinham queimado um cabeçote e isso me estimulou na época, me fez pensar que o que faltava dos anos 80 pra cá, era investimento na banda, que alguém investisse na gente. Foi por isso que procurei o Baron, mas ele disse que estava mais interessado em trazer bandas de fora. Daquele momento em diante eu comecei a ver que o Heavy nacional não era mais a mesma coisa, tanto aqui quanto lá fora. As coisas estão praticamente se findando, é um outro ciclo e é necessário uma renovação. As cartadas que a gente dava nos anos 80 não funcionam hoje em dia.

Hamilton – Que tipo de som fazia o Via Láctea?

Jack – Era um som mais leve. Quando o Hélcio foi pro Golpe de Estado, foi exatamente com a cara do Via Láctea.

Baraldi – Você gosta do Golpe?

Jack – Vou ser sincero com você e eu não sou fã de muitas bandas nacionais. Eu gostava do Centúrias, o Golpe me agrada, mas não é algo que eu escutaria direto na minha casa.

Baraldi – Você é mais Metal do que Hard Rock.

Jack – Na verdade hoje em dia não estou escutando mais Metal. Meus Judas Priest estão todos aposentados, estamos aqui ouvindo Blackmore’s Night (tá rolando de fundo na entrevista) e outro dia ouvia Jethro Tull que o Ravache me gravou. Ando escutando Yes direto, coisas mais tranquilas. Acho que os filmes e Quadrinhos dos anos 80 davam aquela emoção a mais, aquela dose de Charles Bronson que a gente precisava, e hoje em dia temos a violência ao nosso lado. Temos assassinato, roubos e morte na nossa porta. Eu penso que o objetivo da arte hoje em dia seria dar uma tônica de equilíbrio e a gente deveria oferecer mais calma, mais paz de espírito pra pessoas, ao invés de mais violência. Acho que essa “evolução” do Heavy Metal, que foi pro Thrash Metal, não foi por esse caminho. Veja você, Baraldi, você foi premiado por aquele Quadrinho que você fez, que teve uma temática muito importante e acho que você devia fazer mais daquilo. O resto é aquele “feijão com arroz” que não sai da mesmice. Tem que se criar coisas diferentes, e sempre me bati com os músicos com essa coisa, como um toque de guitarra diferente. Mas as pessoas querem copiar o Blackmore, o Dio, ou sei lá quem, e não é assim. Você tem que fazer algo diferente e hoje em dia aceleraram demais a guitarra, dão grunhidos com todos gritando iguais e acho que isso não é mais arte. Ainda bem que o Blackmore descobriu isto com esse trabalho com a Candice Night.

Hamilton – De que História em Quadrinhos do Baraldi você está se referindo?

Jack – É uma história que não tinha nada a ver com metal e era sobre paz no mundo, algo assim.

Baraldi – Ah ! Era a do Roko-Loko com o John Lennon, “O sonho não acabou”!

Jack – Isso mesmo! Esse é o nosso objetivo. Se desviarmos disso, não é arte, é ego. Esotéricamente falando, como se classifica o Heavy Metal e o Hard Rock? O Heavy é uma música de ego e o Hard é uma música de luxúria. Analisem o que estou falando. Se você for falar de algo numa música, fale de uma coisa construtiva como na música Não haverá outro amanhã, em que um fã ouviu uma vez e depois do show veio conversar conosco dizendo que a música mudou a vida dele. Ouvindo isso eu fiquei contente.

Baraldi – Não teve uma mina que se suicidou na galeria do Rock, e você fez uma música ou dedicou pra ela?

Jack – Sim, e olha a falta de sensibilidade, veja como isso é patético. Veja em que nível a coisa está. As pessoas estão tão insensíveis que são capazes de ver o pôr-do-sol e nem sentirem-se tocadas pelo visual, ainda mais com tanto barulho por aí que você não consegue meditar, não consegue chegar no seu ponto de prumo. Como eu sou um magista declarado, sou obrigado a falar isso, então você tem que dar um espaço para você se interiorizar. Quando eu cheguei na Galeria do Rock em que a menina tinha pulado de um andar e tinha morrido, vi pessoas dando risada na Galeria, muitas pessoas. Todos andavam pra cima e pra baixo normalmente também, como se aquilo fosse uma coisa comum.

Baraldi – Deviam ter fechado a Galeria, um luto!

Jack – Exato! É a falta de sensibilidade para as coisas, até para o belo. Na Cabalá, a gente... inclusive o Stan Lee que é judeu, usou muito da Cabalá nas Histórias em Quadrinhos. O símbolo dos X-Men nada mais é que o Malkut, que é o mundo terra-a-terra. Quando a Fênix se desequilibra e se transforma na Fênix Negra, o argumentista Chris Claremmont fala que ela entrou em Tipheret... que é uma sefirah da Cabalá. Veja como essas pessoas conhecem do assunto e podem oferecer alguma coisa de bom, pois estão preocupadas com isso, como o Alan Moore, por exemplo. Tem as histórias do Surfista Prateado... meu, aquilo é uma poesia, é filosófico. Tem o Grant Morrison também e nesse mundo de Quadrinhos tem magistas, tem poetas, pessoas fantásticas e no mundo da música também. Tem o David Bowie que está fazendo o papel do Tesla nesse filme recente, A grande ilusão, e vale a pena ver esse filme. O artista está se comunicando com a beleza do plano astral e deveria manifestar isso na Terra. Se ele não pode manifestar isso e só pode manifestar violência, destruição ou coisas assim, então não deve manifestar nada. Eu estou numa outra fase da minha vida, numa fase diferente.

Baraldi – O artista tem que ser que nem uma manchete de jornal, refletir os fatos!

Jack – Vamos falar do artista Aguilar (atual curador da Casa das Rosas localizada na Av. Paulista em São Paulo – nota de Hamilton Tadeu). Quando eu vi que ele fez uma arte moderna, e isso é uma coisa que não gosto, acho uma porcaria e sempre me decepciono, o que aconteceu?... Bom, ele colocou camisinhas com água dentro e expôs aquilo como uma obra de arte. Quando vi aquilo, nos anos 80 ainda, pra mim acabou a visão de arte como era antes. Todo mundo batia palmas e é uma coisa que não traz nada, não te traz sentimento nenhum.

Baraldi (rindo) – Hoje em dia fazem qualquer coisa e chamam de arte!

Jack – Numa outra exposição recente que fizeram na Avenida Paulista, não me lembro agora onde, tinha uma espécie de piano feito todo de madeira e cada tecla era ligada nas caixas de som que ficavam em determinadas posições num enorme salão. Quando você apertava uma das teclas, aquilo amplificava e batia na madeira assustando as pessoas que não sabiam o que ia acontecer depois, com medo. Isso não é arte! Algo que te desequilibra não é arte. Arte é uma coisa que te leve no prumo e a humanidade precisa disso.

Hamilton – Você falou do Rock cantando em português, e hoje em dia o pessoal canta em inglês, claro que visando o mercado exterior depois que o Sepultura estourou lá fora. E hoje em dia algumas bandas, mas na linha do Rock´n´Roll, como Exxótica, Carro Bomba, Baranga,estão cantando em português.

Jack – O que me deixa mais chateado é o que eu chamo de fase da vitrine, na qual os artistas do exterior ganham também em cima da divulgação que as bandas de cover já cansaram de fazer deles. Bandas de cover fizeram muita vitrine e quando as bandas gringas vêm tocar aqui, era só tocar pegar a grana e pronto. É como empurrar bêbado ladeira abaixo. As bandas covers já tinham ganhado muita grana, mas não teve uma estrutura pra que a gente do Heavy tivesse se colocado dentro disso também. Alguns vêem o Heavy como religião e não curtem isso de banda cover ou ganhar grana com isso, mas pra mim é apenas um entretenimento, com o qual você pode acrescentar coisas boas na vida das pessoas, ou ao menos deveria. O meu prazer sempre foi ver as pessoas saindo de nossos shows com energia, vitalidade e alegria; até mais nesses últimos shows do que nos anos 80, pois eu estava mais maduro. Como eu e o Ravache sempre falamos, é que nós nos definimos como “show-men” e gostamos de interagir com o público, conversar com eles. Acho isso interessante, pois nunca quisemos tocar pra deixar as pessoas estáticas, paradas... isso não pode acontecer conosco. Não sei se já está um pouco passado esse tempo, pois vejo bandas novas tocando completamente estáticos no palco, o público parado só olhando a banda tocar, naquela massa sonora. Acho que alguns desses músicos deviam se perguntar se era isso que queriam e o porque estão fazendo isso.

Baraldi – Eles não tem intimidade com a relação “público –banda”.

Jack – É. E tudo tem um começo, meio e fim. Quando eu vi algumas bandas lá de fora, enquanto alguns estão bem, outros em decadência, você começa a ver isso. Eu tinha um projeto de fazer outra banda, mas ando muito ocupado e não dá pra levar à frente isso.

Baraldi – Essa nova banda seria com o Ravache também?

Jack – Não, seria com o Krueger, do Tio Krueger, no baixo, e o Ale Frata, do 1853, na bateria. E a gente pensou num som com mais swing, uma coisa mais alegre. Acho que já passou aquele tempo do Sabbath e hoje em dia nem escuto, pois está tudo gravado em minha mente. Tem músicas que se eu escutar, eu choro de tanto que já ouvi. O mundo é diferente hoje e você tem que dar alegria para as pessoas. Acho que conseguimos isso em nossos shows e as pessoas entravam numa espécie de nirvana e apagam seus problemas por uns instantes e acho que isso eu e o Ravache fizemos bem.

Baraldi – Você não acha que antes de encerrar a fase com o Harppia, tem que lançar mais um disco com essas músicas que não foram gravadas, pelo menos um disco ao vivo?

Jack – Eu vou falar uma coisa que muita gente não sabe. Eu e o Ravache chegamos a conversar com o Hélcio Aguirra, porque eu só via uma saída, que era fazer esse disco com pelo menos um dos guitarristas da formacão original. O Patriota infelizmente está morando na Suécia e é engenheiro de uma grande empresa de robótica e não tem condições de vir pra cá tocar. No caso do Hélcio, chegamos a negociar independente dele estar no Golpe ou não, mas não chegamos a lugar nenhum. Ele andava meio ocupado e isso acabou morrendo, mas eu achava que isso seria legal, ainda mais que ele disse ter umas idéias diferentes e que algumas composicões dele, voltadas para o Heavy Metal, estão paradas. Poderíamos unir isso tudo e ainda utilizar uma música antiga dele, chamada Profecia, que não foi gravada. Poderíamos rearranjá-la.

Baraldi – Vocês não tem essas coisas nem em demo?

Jack – O Luiz Calanca tem, porque ele gravava todas as Praças do Rock.

Baraldi – Ele vai esperar vocês morrerem para lançar isso (risos).

Jack – Eu acho difícil (risos).

Baraldi – Vocês têm um disco pronto, mas nunca entraram em estúdio pra gravar, não é isso?
Jack – Sim, a gente tem novas músicas que temos apresentado ao longo do último ano. Das quais posso destacar Vampiros e Metal pra Sempre.

Hamilton – Você já pensou em cantar ou escrever alguma coisa em inglês? Você cantaria em inglês?

Jack – Eu não tenho nada contra isso. Isso fazia parte de uma bandeira que eu sempre defendi, que é cantar em português e nessa semana me veio à cabeça uma música em inglês, de algo que aconteceu comigo, meio “give peace a chance”. Eu gosto de fazer coisas que domino, em que eu sou muito bom, senão eu não faço. Eu leio muito bem em inglês, leio meus livros e gibis em inglês, mas nunca me predispus a escrever algo em inglês e precisaria de um tempo pra fazer isso direito. A maioria das pessoas escreve a letra em português e passa pro inglês, e nisso perde-se muito do conteúdo na tradução. Alguns não sabem disso, mas muitos fazem assim. O negócio é fazer simples e bem feito. Veja a música Forever Green, que tem uma letra fantástica da esposa do Tom Jobim, que fala da natureza e do que estão destruindo por aí. Isso que passa uma mensagem legal, simples e nada daquilo é sofisticado. Acho que eu teria uma dificuldade em compor em inglês porque gosto de palavras sofisticadas (risos).

Hamilton -Você falou que procura fazer bem tudo o que você faz, você pode ser considerado o Paulo Coelho do Metal?

Jack - Sigo uma linha diferente no ramo Mágico da qual me distingue do “nosso” acadêmico escritor.

Baraldi – Como rolou esse lado do esotérico, pois isso te estigmatizou num bom sentido. Eu te desenhei várias vezes na Rock Brigade como se você fosse o Doutor Estranho da Marvel. Você gosta daquilo, né (risos)? Como surgiu isso na tua vida, pois estou vendo que isso está mais presente na tua vida do que nunca pelo que estou percebendo? Você está mais tranqüilo, falou que o Metal não é uma coisa tão importante para você, está pensando mais na felicidade coletiva da humanidade. Como surgiu isso e como isso foi crescendo?

Jack – Isso acontece desde os meus dezesseis anos de idade, desde brincadeiras com colegas imaginários e desse tipo de coisa.

Baraldi – Você é kardecista? Qual sua linha?

Jack – Kardecista não é Magista e eu sou Magista. A Magia tem várias denominações e vários ramos.
Baraldi – Você tem religião? Tua mãe tem jeito de ser católica.

Jack – Sim, ela é. A palavra “religião” vem da palavra “religare”, que significa “conectar com Deus”. Eu acho que seria ignorância uma pessoa que segue um sistema espiritual dizer que ela não possui uma religião, pois na verdade ela busca se religar com Deus e se ela busca isso, seja Wicca, seja Espírita, ou outra coisa, ela é religiosa. Neste sentido me considero uma pessoa religiosa, sigo um sistema que não é pagão, pois tem gente dentro dos sistemas Mágicos que segue o sistema pagão. Esse meu sistema é versado em cima da Kabbalah. A mesma Kabbalah Mágica ou Kabbalah Hermética que vem desde os tempos da tradição da antiga Aurora Dourada, a Ordem da Golden Dawn, que foi fundada em 12/02/1888. Faço estudos e práticas até hoje...

Hamilton – Tinha algum motivo pra ter sido fundada nesse dia?

Jack – Tudo sempre tem um motivo. Havia vários dias para vocês terem vindo aqui em casa me entrevistar, mas tinha que ser num dia dezoito. O número dezoito é um numero que faz parte constante em minha vida. Eu nasci no dia dezoito, tenho duas amigas que aniversariam no dia dezoito e também aconteceu uma coisa mágica comigo num dia dezoito, meses atrás. Então tem toda uma seqüência das coisas e nada acontece por acaso.

Hamilton – E o oito é o símbolo do infinito, só que na vertical.

Jack – Sim, e é conhecido como lemniscata e o número oito tem uma grande importância na Kabbalah. Nos últimos seis meses eu consegui montar uma Ordem, organização, chamada “Ordem Cabalística Luz do Oriente”, a ORDO L.V.X., tivemos um semestre muito produtivo. Foi até mais proveitoso por eu não estar com a banda na ativa.

Baraldi – Você tem um grupo de estudo, é isso?

Jack – Na verdade é mais que um grupo de estudo, pois envolve também muita prática. Demos uma parada nesse semestre devido a minha atividade profissional atual. São quase seis pessoas no grupo que segue um sistema cerimonial baseado no sistema de loja, e envolve ritos e meditações.

Baraldi – Então você está mais enfiado nisso do que nunca?

Jack – Estou sim, depois de muitos anos de busca descobri o que eu queria, que ninguém podia me dar a não ser eu mesmo. Eu freqüentei muitas organizações, tive um Mestre ocidental e uma Mestra oriental. Troquei idéias e informações em vários lugares como grupos esotéricos, confrarias entre outras. Hoje, eu já estou certo do que preciso fazer e sei que caminho seguir.

Baraldi – Você passou pelo Santo Daime?

Jack – Eu não, mas tenho amigos que participaram do Santo Daime. Eu não sou a favor de droga, que isso fique bem claro. Eu acho que isso é caminho da mão esquerda e esse não é o caminho que eu pratico. O que envolve droga não dá.

Baraldi – Nem sacrifício de animais, né? Isso é muito baixo.

Jack – O que praticamos é Teurgia, ou seja, Alta Magia e com esse tipo de coisa, a Magia da Luz não se associa.

Baraldi – Você já pode ser considerado um sacerdote no que faz?

Jack – Sim. A partir da hora que você tem experiência e conhecimento verdadeiros dentro deste sistema, você se torna um sacerdote e sua vida se torna um sacerdócio. Isso é uma coisa que sempre tive em mim, sempre pensei no lado espiritual inclusive em relação à banda. As pessoas que tocaram ao meu lado como o Ravache, o Kleber Fabianni, o Fabricio Ravelli, o Paulão e o Tadeu Dias sabem muito disso. Fomos tocar em festivais com bandas satanistas e pra gente tocar lá as coisas estavam meio estranhas. Usei de alguns artifícios para que pudéssemos ter um bom show. Posso citar um show em Barueri que tinha um cara possuído na platéia. Eu sei disso, pois um cara que é levado quatro vezes pra fora do show, é esmurrado na cara e volta, só poderia estar possuído. Ele estava na frente do palco querendo que o som fosse iniciado rapidamente e todos sabem que pra você entrar no palco tem que afinar as guitarras e tudo o mais e isso estava desequilibrando o nosso guitarrista, o Tadeu. Existem certas técnicas que são como mandálas tridimensionais, entre as quais, o pentagrama, que foi utilizado para que isso fosse sanado.

Baraldi – Fizeram uma espécie de meditação?

Jack – Não, no caso do pentagrama é algo parecido como a Magia do Doutor Estranho, para explicar algo relacionado ao teu meio, os Quadrinhos. Há o cinturão de Citorak, que é como uma mandála tridimensional e o uso do pentagrama tridimensionalizado é mais ou menos aquilo. É uma invocação energética e você sela o ambiente e a si mesmo, como um campo de força ou energia.

Baraldi – Não precisou fazer a estrela no chão e nem acender vela, né (risos)? Foi só verbal.

Jack – Não! O grande lance está na mente, vide Doutor Estranho nos Defensores (grupo de super-heróis dos quadrinhos – nota de Hamilton Tadeu), em que ele foi preso pelo Xemnu (um monstro), eu acho, e estava amarrado e amordaçado. O Xemnu achou que ele não poderia se safar e o Doutor Estranho também, imaginando que não poderia invocar Vishanti (um espírito) verbalmente, mas a Magia é mental. O grande poder das Artes Mágicas é a mente, então tá tudo na tua cabeça.

Baraldi – A magia acabou sendo boa até pra sua vida musical.

Jack – Sem dúvida, e eu acho que só eu mesmo poderia ter escrito a letra de Salém. Não me arrependo disso, obviamente. Teve até um período da minha vida, que não vou chamar de negação, mas que fiquei estudando por três anos outras coisas, e falaram que eu tinha virado monge, coisa que eu até tinha intenção de fazer. Mas fiquei estudando musicoterapia e outras coisas, fazendo uma pesquisa muito vasta nesta área.

Baraldi – Você não tem idéia de trabalhar como terapeuta?

Jack – Eu tive a idéia de fazer algo como “personal guru”, que seria ensinar as pessoas estressadas e executivos a relaxar e meditar com utilização de mantras. Às vezes as coisas simples são as coisas que as pessoas não fazem e são essas coisas que te deixam relaxado e de bem com a vida. As pessoas estão muito preocupadas com o que elas tem e por causa disso, elas não relaxam, possuir algo ou querer algo desmedidamente, geralmente estresse. Ela quer um carro e depois quer uma roda diferente pro carro, depois quer um acessório pro carro e posteriormente não quer mais o carro e isso nunca tem fim. Se você relaxar e descobrir a sua Beleza Interior, que é como a gente fala na Kabbalah, não importa se você tem mais ou menos que os outros ou do que gostaria de ter. O ano de 2005 foi meio triste pra mim, muito difícil de ser trilhado, mas reconheço que a bagagem espiritual que adquiri ao longo de minha vida me deu um bom sustentáculo. Se você não possui um reservatório espiritual, quando vem uma vicissitude na sua vida você vai direto ao poço e será difícil se levantar ou ter amigos suficientes pra tal. Quando você possui uma bagagem espiritual, nesse momento você vê exatamente o que a teoria fala e você sente na prática, ali está tua força! A força de seu Sagrado Anjo Guardião, do seu Mentor Espiritual, do seu Mestre Interno, do seu Jesus Interno, ou como queiram denominar, por que tudo tem um começo, meio e fim, nada é eterno. Na minha cabeça, hoje não estou preocupado com unidade de tempo, se faz um ano ou mais que aconteceu isto ou aquilo. Eu tenho um projeto e esse projeto é ad infinitum na minha cabeça e, como acredito em reencarnação, até pode ser pós-morten. Se eu tenho uma meta, vou atrás dessa meta e não me estresso mais.

Baraldi – Já que você cansou um pouco da música que era teu caminho e teu instrumento pra você se aproximar e tocar as pessoas, será que hoje em dia não está coerente com os seus projetos de vida se você virasse um terapeuta, para tocar as pessoas dessa outra forma?

Jack – Na verdade tenho um projeto de escrever um livro. Eu passei por muita coisa difícil pra obter este aprendizado mágico. Tento passar para as pessoas um pouco deste conhecimento e um deles é: “Viva o presente!”, que é uma frase fácil de falar e difícil de ser praticada. Passei por um Mestre, e ouvi isso e não aprendi, passei por uma nova Mestra e também não aprendi, fiquei um pouco no limbo, ouvindo o Mestre Interno e comecei a aprender e hoje eu vivo o presente, por isso coisas que não tem relação com meu interesse no passado, estão sendo deletadas. Às vezes a retórica é o melhor caminho.

Baraldi – Você deveria ser, no mínimo, um palestrante, para ter contato direto com as pessoas e trocar suas vivências com elas, não acha?

Jack – Eu gostaria disso. A organização que fundei, a ORDO L.V.X., não tem fins lucrativos, pois eu não acredito nesse comércio dos ensinamentos da Kabbalah e acho errado. Hoje em dia as pessoas vendem conhecimento a preço de ouro e às vezes não sabem nem o que vão receber, podendo até entrar em desequilíbrio. Tem cursos que custam até R$ 140,00 por dia em organizações famosíssimas, que as pessoas freqüentam para aprender a obter poderes psíquicos, se iniciam achando uma maravilha, mas quando a coisa desanda, que desperta aquilo na pessoa, ninguém está lá para acudi-la.

Hamilton – Pra terminar, suas últimas considerações. No geral o que você achou da entrevista?

Jack – Achei legal! Pra mim foi uma satisfação participar do teu zine, já que a gente se conhece há muito tempo e o Baraldi também é um grande amigo. Desejo pros fãs do Harppia e pros meus fãs que tenham um 2007 maravilhoso, que cada um tenha uma vida maravilhosa junto de suas famílias e que, se Deus quiser, eu possa acrescentar um pouco mais na vida de todos, quem sabe com um livro que eu vá lançar ou com uma música nova ou um show novo na próxima temporada. Um abraço a todos!

Entrevista realizada em 18/11/2006

(Foto de Marcio Baraldi)

* Hamilton Tadeu é o editor do NFL Zine

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